Em entrevista à Rádio Capital de São Paulo, na manhã desta terça-feira (18), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a destacar a falta de provas contra ele na sentença arbitrária do juiz Sérgio Moro, que o condenou em primeira instância no âmbito da Operação Lava Jato.
Para Lula, há uma notável perseguição política com o intuito de impedi-lo de ser candidato a Presidência do Brasil.
“Quando vi o PowerPoint, vi que a verdade não importava, vi que tinha a necessidade da condenação política. Tinha certeza de que era um processo político de não quererem que Lula volte a ser candidato. Por isso, me sinto indignado e digo que estou vivo e vou continuar brigando. Já provei minha inocência nesse processo”, afirmou.
Lula enfatizou que, nesse processo, a única coisa levada em conta foi a necessidade de prestar serviço àqueles que querem que ele não dispute as eleições.
“E eu disse ao Moro no meu depoimento: você está preso ao compromisso que você tem com a imprensa, que já tinha me condenado antes”, disse.
Prova disso, segundo o ex-presidente, é que após diversos juristas e criminalistas condenarem a fragilidade da sentença de Moro, alguns meios de comunicação se apressaram para tentar dar veracidade à peça.
“A Globo, então, tratou de tentar dar veracidade à sentença e nós agora vamos entrar com pedido de direito de resposta.” E completou: “Sonho em um dia ver a Rede Globo de Televisão colocar seu apresentador para pedir desculpas para mim”.
Lula ainda criticou a postura do juiz de Curitiba.
“O juiz Moro não pode continuar se comportando como se fosse um czar, ou seja, ele faz o que quer, como quer, sem respeitar o direito democrático, sem respeitar a Constituição e vai passando por cima, tenta cercear o direito da defesa. Se tem um cidadão brasileiro indignado, sou eu”, declarou.
Segundo Lula, a sentença na Lava Jato é, na verdade, um julgamento do seu mandado como presidente da República.
“Eles estão julgando, na verdade, é o meu mandado de oito anos. E eu quero defendê-lo porque o meu mandato já foi julgado em 2006 quando eu fui reeleito e foi julgado em 2010 quando eu saí com 87% de aprovação”, ressaltou.
Sobre sua declaração em colocar-se como candidato à Presidência, o petista afirmou que o objetivo é de defender aquilo que foi feito no Brasil nos governos do PT, quando o Brasil teve “o mais importante momento econômico e de inclusão social da história desse País”.
“Estou convencido que nós temos um legado capaz de mostrar para a população que nós temos condições de consertar o Brasil. Porque, neste instante, a gente não deveria estar discutindo processo contra de Lula, e sim como resolver os problemas graves do Brasil”, afirmou o ex-presidente, citando o aumento do desemprego e os retrocessos com a aprovação da reforma trabalhista.
Única solução para o Brasil são eleições diretas
Na sua avaliação, a única solução para o Brasil neste momento é a convocação de eleições diretas.
“Antecipar o processo eleitoral e deixar o povo novamente assumir a responsabilidade de eleger um presidente da República para tentar corrigir o País”, afirmou.
Perguntando sobre sua opinião a respeito do governo de Michel Temer, Lula apontou que já está provado que o peemedebista não tem condições de continuar governando o País.
“Ele não tem mais junto à sociedade qualquer possibilidade de governar. O certo seria ele mesmo convocar uma eleição.”
Assista à entrevista completa aqui:
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias