Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram, na sexta-feira (27), manter a greve que já dura duas semanas. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), mais de 60 mil servidores ocuparam a Avenida Paulista contra o descaso do governo estadual, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), com a educação pública.
O sindicato alega ter informado, desde dezembro de 2014, o secretário de Educação do estado que a greve seria deflagrada se não houvesse proposta salarial. Em 2015, a entidade diz ter encaminhado seis ofícios ao governo do estado solicitando negociação, entretanto, nenhuma perspectiva de melhora salarial foi apresentada.
A pauta de reivindicações inclui melhores salários, com aumento real de 75,33%, valorização da profissão e plano de carreira, cumprimento integral do Plano Nacional de Educação (PNE), conversão do bônus em reajuste salarial, desmembramento de salas superlotadas e máximo de 25 alunos por sala.
Além disso, os docentes pedem valorização e respeito aos professores da categoria O, contratação de professores temporários com garantia de direitos, fim do corte de verbas para as escolas, continuidade do transporte escolar gratuito para os estudantes, pela aplicação da jornada do piso e fim do assédio moral. A lista também conta com uma exigência: água em todas as escolas.
Segundo o APEOESP, mais de 140 mil professores aderiram a paralisação no estado. A presidenta do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, defende que as razoabilidade das reivindicações dos funcionários.
“Eles vêm sendo prejudicados há muito tempo pelas más condições para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, corte de verbas, fechamento de classes, superlotação das salas de aula e tantos outros problemas presentes na rede estadual de ensino”, explica.
A greve continua crescendo em todo o estado e a previsão é a manutenção até que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) atenda as reivindicações da classe.
“Nós, professores e professoras, não aceitamos reajuste zero nem aceitamos o rebaixamento de nossas reivindicações, pois elas correspondem às nossas necessidades de valorização profissional para que a qualidade do ensino nas escolas estaduais também melhore”, adverte a presidenta do Sindicato.
Ao coro de “a greve continua, Alckmin a culpa é sua”, os professores seguiram até o acampamento e vigília na Praça da República, na região central de São Paulo, em frente a Secretária de Educação do Estado.
Por Gustavo Mello, da Agência PT de Notícias