A subserviência do governo Jair Bolsonaro ao apoiar a ação dos Estados Unidos contra o Irã já gerou desconforto diplomático com o país e pode resultar na perda de cerca de US$ 1 bilhão em exportações para o Irã somente este ano.
“Vamos perder mercado por causa de uma decisão política. Se o lado americano é mais confortável, o governo brasileiro deveria ser neutro nessa questão, e não tomar partido”, afirmou Romana Dovganyuk, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Irã, em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo ela, com o aumento das encomendas de produtos como milho, soja, carne bovina, café e outras commodities agrícolas, a balança comercial brasileira registraria um superávit recorde acima de US$ 3 bilhões em 2020. Mas, ao contrário do que disse Bolsonaro, ao afirmar que iria manter o comércio com o Irã, haverá perdas econômico-comerciais por motivos políticos.
A nota do governo brasileiro que apoiou publicamente o assassinato, no Iraque, do general iraniano Qassem Soleimani, é apontada como a principal causa desse descontentamento por parte dos iranianos. A nota levou o governo do país a convocar o representante do Brasil em Teerã para dar explicações.
Romana advertiu que os importadores iranianos têm como mercados alternativos a Ucrânia, a Rússia e o Cazaquistão. São países fornecedores de alimentos que poderiam substituir o Brasil.
Por Brasil 247