Secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo e senador por 24 anos, Eduardo Suplicy (PT-SP), culpou a mídia pelo “tsunami” que diz ter atingido o Partidos do Trabalhadores nos últimos anos.
Em entrevista à “BBC Brasil”, publicada neste sábado (28), ele afirmou que críticas ao partido tem sido tão fortes que atingem pessoas que não estiveram, ou estão, envolvidas em nenhuma denúncia.
“Criou-se uma imagem do PT muito negativa, principalmente nos lugares onde os grandes meios de comunicação estão sediados – e em especial em São Paulo”, avaliou.
“(Esses meios) destacaram muito isso junto a opinião pública e tivemos esse efeito que eu chamei de tsunami sobre o PT, mas acho que vamos dar a volta por cima”, completou.
O secretário disse ainda que muitas críticas foram feitas em função de problemas causados pelo próprio partido.
“Reconheço isso, mas o efeito foi tão forte que mesmo pessoas que não estavam envolvidas em malfeitos acabaram prejudicadas por ser do PT”, ressaltou.
Suplicy foi questionado sobre o porquê ainda estaria em um partido que foi “varrido por um tsunami”, como ele afirmou no início da entrevista. O petista respondeu que é dever dele corrigir os erros de onde estiver.
“Se houve problemas sérios com algumas pessoas em uma organização com mais de um milhão e meio de filiados, avalio que é da minha responsabilidade procurar prevenir e corrigir os erros, onde eu estiver”, afirmou.
O secretário comentou a prisão de Delcídio do Amaral (PT-MS), no início da semana passada. Para ele, se for comprovado o envolvimento do senador em algum ilícito, será um comportamento “inadmissível” e “exigirá sanções”.
“Todos ficamos muito tristes, feridos com o episódio. (…) É mais um fato grave que atinge o PT”, disse. E ressaltou, em seguida, que “antes de tudo é preciso ter o conhecimento completo dos fatos”.
O senador comentou ainda uma possível volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018 e citou alguns candidatos alternativos a possível candidatura do ex-presidente.
“Acredito que, se o Lula for pré-candidato, é possível que surjam outros e é importante que haja um processo democrático. Acredito que tem muitos políticos que poderão ser pré-candidatos como Jacques Wagner, Tarso Genro e Jorge Vianna. São pessoas que foram grandes prefeitos, governadores e ministros”, afirmou.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias