Ex-ministro da Defesa e Relações Exteriores, Celso Amorim foi entrevistado pela rede “BBC Brasil“, na segunda-feira (23), e desmistificou a atuação pós-presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, as suspeitas de tráfico de influência envolvendo o petista é algo “ridículo”.
Amorim reiterou nunca ter presenciado qualquer ato ilícito ou suspeito do ex-presidente. “Testemunhei inúmeros encontros dele, nunca o vi favorecer uma empresa em detrimento de outra empresa brasileira”, afirmou.
Para ele, o ex-presidente teria atuado em favor de empresas brasileiras “como qualquer governante europeu e o presidente dos Estados Unidos” agem em defesa das companhias de seus países.
Amorim reforçou ainda que o fato de Lula, após deixar a presidência, apoiar alguma empresa ou ser contratado para dar palestra, “também é uma coisa normal”.
“Alguém pergunta de onde vem o dinheiro da Fundação Clinton (do ex-presidente americano Bill Clinton)? Obviamente não vem dos pobres do Harlem (bairro de Nova York)”, comparou.
Governos populares – O ex-ministro acredita haver certa implicância por parte da mídia e das elites brasileiras, que dão mais destaque a qualquer suspeita quando relacionada a “governos que procuraram diminuir a desigualdade e aumentar a autonomia do Brasil”.
“Eu não estou dizendo que essa é uma justificativa. Devem ser perseguidas, devem ser continuadas as ações (contra corrupção), e as pessoas que cometeram ilícitos e crimes devem ser punidas. Agora, o uso político que é feito de eventuais desvios de comportamento e atos ilícitos é muito maior quando se trata de governos que têm essas duas características”, afirmou.
Amorim usou como exemplo a perseguição sofrida pelo ex-presidente Getúlio Vargas. “Você vê na história do Brasil em vários momentos, você tem o período (Getúlio) Vargas, as questões aumentam enormemente”, disse.
Da Redação da Agência PT de Notícias