Durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, nesta quinta-feira (7), o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães, afirmou que 150 mil empregos e um investimento já feito de R$ 7 bilhões estão sob risco, caso sejam mesmo suspensos os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa é investigada pela Operação Lava Jato.
Criada em 2011, a Sete Brasil é uma empresa brasileira proprietária de sondas de exploração para águas ultra-profundas, com conteúdo local. A suspeita das irregularidades provocou a decisão da Justiça Federal de São Paulo de suspender temporariamente os contratos de aquisição de navios e sondas, formalizados entre a Petrobras e a Sete Brasil.
A decisão judicial suspendeu os pagamentos desde novembro de 2014 e, segundo Guimarães, cerca 150 mil trabalhadores ocupados atualmente na construção de 17 das 28 sondas de perfuração encomendas pela Petrobras, ao valor de R$ 23,4 bilhões, podem ficar desempregados.
De acordo com o contrato, 25% dos investimentos seriam próprios dos 12 sócios da empresa e 75% seriam financiados pelo BNDES. A parte do banco foi suspensa por suspeitas de irregularidades na operação de venda de seus ativos na África.
De acordo com o presidente da Sete Brasil, os estaleiros Rio Grande (RS) e Atlântico Sul (PE) têm carteira de encomendas independente da Sete. O do RS está construindo três sondas e a Petrobras encomendou a construção de cascos.
Os estaleiros Brasfels (RJ) e Jurong (ES) estão com suas encomendas atrasadas. Para Guimarães, o do RJ é grande e passará pelo processo sem maiores problemas. As obras do Estaleiro Enseada (BA) foram interrompidas e os trabalhadores demitidos.
“Para recuperar esses estaleiros, vamos ter que obter novos financiamentos”, declarou Guimarães.
O presidente da Sete afirmou que já foram investidos R$ 7 bilhões na ampliação dos estaleiros, depois dos contratos com a Sete Brasil. Em relação às declarações do ex-gerente de Tecnologia da Petrobras, Pedro Barusco, de que os estaleiros pagavam propina para obter contratos, Guimarães afirmou que soube do fato pelos jornais. Segundo o presidente da empresa, foi feita uma auditoria e nenhuma irregularidade foi encontrada.
Da Redação da Agência PT de Notícias