Nesta semana, a travesti Symmy Larrat foi reeleita presidenta da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) – a organização LGBTQIA+ mais antiga do país.
“A Symmy é um orgulho para diversas gerações de lutadoras por igualdade de gênero e diversidade. A sua reeleição é o reconhecimento do empenho e da seriedade dela na militância por um mundo mais humano”, parabeniza Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.
Tirar Bolsonaro do governo e combater o fascismo e o autoritarismo são as tarefas emergenciais da Associação, uma vez que a população LGBTQIA+ são um dos principais alvos de ataques e ameaças do bolsonarismo. No entanto, as tarefas para a próxima gestão não param por aí.
“Queremos também ampliar as relações com as novas organizações democráticas, com as pautas da sociedade são urgentes: gênero, raça, classe, etnia, meio ambiente. Pautas que são específicas, mas são estruturantes do nosso processo de formação enquanto nação. Debater o lugar das LGBTI na reforma agrária, política, administrativa e muito mais”, aponta Symmy. .
Symmy foi a primeira presidenta travesti a ocupar cargo na entidade. Nascida em Belém do Pará, ela também foi a primeira travesti coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República durante o governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. Ela coordenou também o programa Transcidadania, na gestão Fernando Haddad, que foi o maior programa da América Latina específico para a população de travestis e transexuais.
Com essa bagagem, ela tem um plano bastante concreto para expandir e fortalecer a atuação da ABGLT para o próximo período. Com foco na organização de base e territorial, a formação política e a educação são eixos que a Associação vai atuar de forma estratégica — uma iniciativa que complementa a expertise da instituição no legislativo e no debate internacional. Symmy também conta que outra frente é a aproximação com as novas organizações que estão surgindo e a incorporação democrática das “novas formas de fazer política e luta social”.
“Urge que todo campo progressista debata as questões de gênero e sexualidade. A gente precisa desmentir essa fake news de que queremos destruir a família. Quando as pessoas deixarem de acreditar nos mitos e inverdades sobre as pessoas LGBTQIA+, elas estarão mais aptas a ouvir e entender toda a luta do campo de direitos humanos por uma sociedade mais igualitária”, finaliza.
Ana Clara, Elas Por Elas