Partido dos Trabalhadores

Tânia Slongo destaca força do PT em Palhoça (SC): “Não tenham medo de buscar o novo”

Em entrevista ao Café PT, primeira candidata mulher a concorrer à Prefeitura de Palhoça falou dos planos para mudar o município: “Vou criar a Secretaria das Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos”

Reprodução/TvPT

Tânia: "É possível fazer política pública com mais cuidado, com escuta para quem mais precisa"

“Cada vez mais estou convencida da importância de me eleger prefeita. Quero dizer para as pessoas de Palhoça: não tenham medo de buscar o novo. E quero olhar para a cidade daqui quatro anos e dizer: mudou muito a vida das pessoas”. Assim a candidata do PT à prefeitura de Palhoça (SC), Tânia Slongo, encerrou sua entrevista ao programa Café PT da TvPT desta quinta-feira (15). Orçamento Participativo e Tarifa Zero estão entre suas propostas, além de políticas para as mulheres, direitos humanos e meio ambiente.

Ela aceitou o desafio de ser a primeira candidata mulher da história da cidade e disse perceber que, cada vez mais, o eleitorado está disposto a votar em mulheres. “As pessoas já começam a ter esse olhar de votar numa mulher porque temos um outro cuidado com a vida. Vou criar a Secretaria das Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos”, salientou, ao pontuar que as mulheres têm um outro olhar para administrar o bem público.

“Somos nós que sentimos no dia a dia, de verdade, a falta de políticas públicas que cuidam das vidas das pessoas, e é por isso que sou candidata, para exatamente mostrar que é possível fazer política pública com mais cuidado, com escuta para quem mais precisa, inspirado também no nosso grande líder que é o presidente Lula, que tem o esse olhar mais cuidadoso”, assinalou, lembrando que ele esteve semana passada no estado inaugurando obras muito importantes.

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“Lula sempre muito atencioso apesar de um governador que se recusou a recebê-lo, sumiu e ainda ficou fazendo críticas. O estado recebeu bilhões em obras do PAC, inclusive Palhoça recebeu mais de R$ 22 bilhões. É um governo republicano que não está olhando um governador que vira as costas para ele”, avaliou Tânia, ao se dizer orgulhosa de ter um presidente que se preocupa com as pessoas, independente de ser um estado que majoritariamente votou no opositor.

A candidata afirmou que Lula é um presidente que a inspira muito. “Se eleita, vou ter todo esse cuidado de dialogar com quem precisa, inclusive com o governo do estado, vou bater na porta porque é direito do povo”, assinalou, ao comentar sobre os casos de corrupção envolvendo prefeitos e ex-prefeitos do seu estado.

“A gente experimenta mais do mesmo, as candidaturas colocadas também são a continuidade do mesmo projeto, ou seja, um projeto de poder, não um projeto de transformação. As pessoas estão cansadas dessa forma de administrar os bens públicos”, avaliou.

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Contatos em Brasília

Sétima maior cidade de Santa Catarina, com mais de 220 mil habitantes, situada da região metropolitana de Florianópolis e nona maior economia do estado, Palhoça tem muitas catadoras de materiais recicláveis, mulheres mais empobrecidas, para quem a candidata quer dedicar um olhar especial. Para isso, Tânia conta que esteve recentemente em Brasília onde visitou vários ministérios e conheceu muitos projetos para catadores de recicláveis e diversos outros.

“Comecei a abrir alguns caminhos, é muito bom contar com um presidente e ministérios que tem essa vontade de fazer política pública. Sendo eleita com certeza vou trazer para Brasília os projetos mais importantes e necessários para as pessoas de Palhoça, para as pessoas que mais precisam”, anunciou, ciente da importância de ter bons servidores para elaborar os projetos e executá-los.

Tânia observou que muitos cidadãos de Palhoça estão fora do orçamento porque falta o olhar e o cuidado para acolhê-las. “Que democracia é essa, que administração é essa que não inclui essas pessoas?”, questionou, ao citar que a cidade não tem política pública para as mulheres e nem Conselho da Mulher. “É muito triste uma cidade do tamanho de Palhoça não ter esse olhar para mais de 52% do eleitorado”, lamentou.

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Partido da resistência

Palhoça ainda tem muita presença do bolsonarismo, o que Tânia encara como um desafio a ser vencido com muita resistência, forte característica do partido na cidade. “Sempre estivemos presentes em todas as pautas, o partido nunca se escondeu e isso nos impulsiona, nos anima a ter coragem também”, destacou.

Ao falar da longa história do partido, Tânia lembrou dos momentos muito difíceis, como o impeachment da presidenta Dilma e a prisão do presidente Lula. “Nos criminalizaram tanto que queriam até que o partido fosse extinto. Mas nossa militância, os nossos filiados, os movimentos sociais estão muito enraizados na sociedade então não é um partido só de ocasião, não é um partido que vem só pra disputar a eleição. Somos um partido que tem um projeto de mudança da vida das pessoas e da classe trabalhadora, especialmente das mulheres, os negros, LGBTQIA+”, enfatizou, ao avaliar que os setoriais permitem que haja debate, o que oxigena o partido.

“Não foi fácil toda essa luta nos últimos anos, mas conseguimos resistir”, comemorou.

Mulheres, OP e mobilidade

Integrante da Marcha Mundial das Mulheres, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, do MST e de movimentos de mulheres agriculturas e camponesas, Tânia considera que esse engajamento possibilitou aprendizados de organização e coordenação.

“Estou defendendo a criação da Secretaria de Mulheres. Em Palhoça, pasmem, não tem nenhum conselho, nenhuma coordenadoria ou diretoria. Com as secretarias das Mulheres e de Direitos Humanos, vamos abrir um grande guarda-chuva para acolher a questão racial, da juventude, LGBTQIA+, das pessoas com deficiência e outras pautas importantes”, anunciou.

Tânia diz que pretende implantar o Orçamento Participativo e muitas políticas públicas. “Palhoça hoje é um município muito desintegrado que precisa se estabelecer de uma forma mais humanizada”, apontou ela, ao falar dos problemas de acessibilidade que a população mais pobre enfrenta.

As pessoas que moram em comunidades, segundo Tânia, não conseguem acessar as praias porque o ônibus custa R$ 15. “Acessibilidade e mobilidade serão grandes bandeiras nossas”, afirmou, ao falar da ênfase à educação infantil, incentivo à leitura, programas focados nos jovens com oferta de esportes e cultura.

“Vamos olhar para as pessoas de forma mais singular mas, ao mesmo tempo, de forma coletiva. Vamos cuidar de cada ser humano que vive nesta cidade, com olhar de amorosidade”, salientou, ao falar do preparo que os servidores públicos precisam ter para acolher os cidadãos.

Aumento da cobertura de saneamento básico

Tânia enfatiza que Palhoça tem belas praias, o bioma Mata Atlântica e o parque da Serra do Tabuleiro que tem mais de 50% da sua área dentro do município e destaca a existência de um território indígena, que tem o Morro do Cambirela onde já nevou.

“Temos todas essas belezas, os rios, cachoeiras e mangues, nossas lindas praias que a gente precisa ter esse cuidado de manter limpas e precisamos ter saneamento”, destacou ela, ao revelar que a cidade não chega a 11% de cobertura de saneamento básico, o que causa muito impacto porque a região é produtora de maricultura.

O meio ambiente, em sua gestão, vai ser tratado com “muito carinho porque nós somos o ambiente, nós não somos parte do ambiente nós somos o ambiente. Cuidando do ambiente a gente cuida de nós. A questão ambiental perpassa todas as pautas”, sublinhou, ao falar da preocupação com a questão da emergência climática.

Se eleita, ela quer preparar o município para a adaptação e prevenção. “Juntos e juntas, de forma harmônica, para garantir que a gente não sofra o que nossos irmãos sofreram no Rio Grande do Sul. Prevenção e adaptação, é esse o caminho” defendeu.

Tarifa Zero

Tânia conheceu as experiências do Tarifa Zero em cidades próximas a Palhoça, como Garopaba e Balneário Camboriú e informou que estabelecerá diálogo com a empresa que há décadas tem a concessão. “Não há preocupação com um transporte de qualidade e cobra uma tarifa alta. Precisamos reavaliar o contrato”, disse ela, disposta a implantar ciclovias, corredores e melhorar a qualidade dos ônibus. “Tem comunidades em Palhoça com mais de 12 mil pessoas onde não entra um ônibus”, revelou.

“Por incrível que pareça há muitas casas nos bairros Frei Damião e Brejaru que não tem banheiro. Esses são os bairros onde mais falta política pública, iluminação, água, saneamento. Há bastante catadores, é preciso ter uma cooperativa”, apontou.

Da Redação