O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), quer vetar um reajuste de 7,5% na tarifa de abastecimento de água, o terceiro em sete meses para a população do maior estado brasileiro.
A justificativa da medida inédita do governo Geraldo Alckmin, conforme reportagem desta quinta-feira (16) do jornal “O Estado de S. Paulo”, continua sendo a crise hídrica, que se traduz pelo baixo índice de armazenamento do insumo básico em reservatórios do Sistema Sabesp desde meados do ano passado.
Em dezembro, o reajuste da Sabesp foi de 6,5% e, em junho, de 15,2%. Isso significa que, com mais 7,5% nesse curto período de tempo, a água da população paulista caminha para ficar 31,88% mais cara desde dezembro.
Só na região metropolitana, são mais de 20 milhões de usuários afetados pela nova investida desse serviço público, cuja oferta tem preço da tarifa regulado pelo governo estadual. Não se sabe ainda quanto os cálculos oficiais estimam de impacto na inflação pelo tarifaço à moda tucana.
Para dimensionar o peso dos aumentos consecutivos aplicados pelo governo Geraldo Alckmin em pouco mais de 200 dias, a reportagem da Agência PT de Notícias simulou o exemplo de um usuário que pagava R$ 160,00 no fim de 2014. Ele passará a pagar R$ 211,00 com o novo aumento, se o tarifaço na água se confirmar via aplicação do novo índice.
Se considerados apenas os dois primeiros reajustes (dezembro 2014 e junho 2015), em vigor, a simulação do mesmo consumidor já resulta em conta mensal de R$ 196,30 – portanto, 22,68% de aumento acumulado desde o Natal passado.
Com os 7,5% adicionais, o valor final sobe mais R$ 16,70. Somando tudo, o custo do reajuste triplo será de R$ 50,00, no caso do exemplo citado.
Aumentos desse porte, em curto espaço de tempo e em setor que representa repasse automático e generalizado de custos aos preços do mercado, significa menos dinheiro no orçamento doméstico e maior impacto, por período mais longo, nos índices do custo de vida.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias