O ministro da Agricultura do Governo Lula, Carlos Fávaro, criticou em Pequim, na China, a taxa de juros de 13,75% praticada pelo Banco Central, que ele considerou como “irresponsável para o crescimento do Brasil” neste momento.
“Um verdadeiro desestímulo”, afirmou o ministro durante discurso proferido nesta quarta-feira (29) no Seminário Econômico Brasil-China, se referindo ao anúncio feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que decidiu por unanimidade, na semana passada, manter a taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano. Os juros neste patamar encarecem o crédito e, consequentemente, diminuem o consumo e os investimentos no país.
“Diante de tantas oportunidades, certamente os empresários precisam investir, modernizar suas plantas, fortalecer as suas oportunidades para poder atender a demanda chinesa. (Mas) a taxa de juro no Brasil está proibitiva”, afirmou Fávaro a jornalistas ao final do evento.
O ministro também fez a defesa do Governo Lula com relação ao controle da inflação e dos gastos públicos que têm sido citados pelo Banco Central para manter a maior taxa de juros do mundo, apesar dos protestos do governo, economistas e setores da indústria e do agronegócio do país.
“O Banco Central, que é independente, não está tendo essa sensibilidade. Em hipótese alguma o governo do presidente Lula seria irresponsável com o controle da inflação e também com os gastos públicos. De forma alguma. Agora nós temos inflação controlada, os gastos públicos muito controlados. Um novo marco fiscal será apresentado, uma nova reforma tributária sendo apresentada para dar modernidade e agilidade, transparência nas contas públicas brasileiras”, argumentou Fávaro.
Carlos Fávaro aproveitou para fazer um alerta ao empresariado brasileiro que, segundo ele, também precisa reclamar para que o Banco Central reveja a taxa de juros injustificável imposta pela instituição monetária. “É importante que se manifestem também. Se ficarem calados, certamente o Banco Central pode continuar com essa taxa de juros irresponsável para o crescimento do Brasil”, enfatizou o ministro da Agricultura.
Da Redação, com Rádio França Internacional