O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com representação para que seja apurada a influência de bancos e de instituições financeiras na definição de índices pelo Copom ( Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Quem assina a representação é o subprocurador-geral Lucas Furtado.
O subprocurador-geral manifesta, na representação ao TCU, uma preocupação com o “risco moral” em relação aos efeitos do Boletim Focus do Branco Central, que faz a coleta de expectativas do mercado financeiro com relação à taxa básica Selic, inflação, câmbio e Produto Interno Bruto (PIB), e que servem de base ao BC nas suas previsões.
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“Ora, se a taxa de juros básica que conduzirá relações financeiras no país é definida levando em consideração previsões dos próprios agentes que irão reger tais relações, vejo que se pode estar diante de uma gama de possibilidades de manipulação de índices por essas instituições”, diz o subprocurador na representação.
Para ele, isso pode propiciar manipulação de informações e obtenção de lucros nas operações por parte de instituições bancárias e financeiras.
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Em maio deste ano, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em seu perfil no X, já havia questionado as previsões feitas pelo mercado financeiro com relação aos juros, inflação e crescimento econômico do país.
No fim do mês, Gleisi voltou ao assunto após divulgação dos dados da inflação no país, abordando também a investigação do TCU. “O BC de Campos Neto vai terminar como um caso de polícia”, advertiu Gleisi.
Da Redação