O Partido dos Trabalhadores vai lançar no próximo domingo (27) a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República e, no dia 28 de julho, vai confirmar em convenção nacional do partido a candidatura do ex-presidente Lula. O registro oficial acontecerá no dia 15 de agosto. O anúncio foi feito em plenário nesta terça-feira (22), pelo vice-presidente do partido, deputado Paulo Lula Teixeira (PT-SP). “Lula tem os seus direitos políticos garantidos pela Constituição e não tem contra ele uma sentença transitada em julgado”, argumentou o parlamentar.
A sentença contra Lula, explicou Paulo Teixeira, é claramente ilegal de um juiz que não é da jurisdição do imóvel no Guarujá, atribuído ao ex-presidente. “A sentença contra Lula não conseguiu comprovar que ele tenha praticado algum ato de ofício que caracterizasse uma corrupção. A sentença nem conseguiu caracterizar vínculos dele com a Petrobras, o que determina a incompetência de um juiz (Sérgio Moro) e de um processo ilegal”, argumentou.
O parlamentar lamentou ainda o fato de o Judiciário brasileiro ter deixado prosperar uma sentença ilegal. “O Supremo Tribunal Federal ajoelhou-se para as mídias brasileiras, principalmente para a Rede Globo, mudou a Constituição e, ao permitir a prisão de Lula, em segundo grau, feriu de morte o princípio constitucional da presunção da inocência”, denunciou Paulo Teixeira.
Por isso, continuou Paulo Teixeira, Lula, por ser inocente e por ser alvo de uma sentença ilegal, será inscrito como candidato. “Porque ele está na alma, no coração e nas mentes do povo brasileiro como o melhor presidente da República, que gerou empregos, crescimento, distribuiu rendas, distribuiu casas, criou o Programa Mais Médicos, melhorou a educação, fazendo da educação o locus da mudança e ascensão social. Lula brilhou no mundo!”, detalhou.
Teixeira informou ainda que o partido está dialogando com as demais legendas do campo da esquerda, como o PSOL, o PSB, o PCdoB e o PDT, para construir um programa comum. “As candidaturas poderão existir no primeiro turno, mas no segundo turno certamente, vamos implementar uma unidade da esquerda no Brasil”.
Disposição
Também na tribuna, o deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ), advogado do ex-presidente Lula, que finalmente pôde visitá-lo em Curitiba na segunda-feira (21), reforçou o lançamento da candidatura e falou da disposição de Lula em concorrer mais uma vez à Presidência. “Lula está firme, com vontade inquebrantável, bem-humorado, pronto para o combate. Ele reafirmou que é candidato a presidente do Brasil e que nenhum arbítrio, nenhum Estado de exceção, nenhuma injustiça, nenhum atropelo ao devido processo legal vai coibir essa vontade”.
Wadih disse ainda que Lula afirmou a ele que só não será candidato se, mais uma vez, “o Poder Judiciário brasileiro atentar contra a Constituição”, já que ele tem o direito de participar do pleito. E é bom, enfatizou o advogado de Lula, que muita gente saiba que o fato de o presidente Lula estar preso não lhe retira o direito a ser candidato.
Segundo relatou Damous, Lula continua indignado com a injustiça de que é alvo, com a perseguição massacrante que sofre por parte do sistema de justiça brasileiro. “Mas nem isso é capaz de abalar a sua confiança na democracia, de abalar a sua vontade de voltar à Presidência da República”.
Fazer Melhor
Wadih contou que o Lula reafirmou que quer voltar a comandar o País para fazer o que deixou de fazer. “Ele quer voltar para recuperar o Brasil. Quer voltar para anular todos esses retrocessos que o governo golpista, com apoio da maioria do Congresso Nacional, tem aprovado”, e citou como exemplo a Reforma Trabalhista, privatizações e entrega da soberania nacional. “Lula está comprometido com um plebiscito revogatório que vai anular todos esses retrocessos”, acrescentou.
Mobilização
Tanto Paulo Teixeira como Wadih Damous conclamaram o povo brasileiro a se mobilizar, a fazer abaixo-assinado ao Supremo Tribunal Federal exigindo a liberdade de Lula e o deferimento da sua candidatura. O ex-presidente – enfatizaram os parlamentares – é a maior liderança deste País: a liderança capaz de fazer a travessia para que o Brasil volte a crescer, gerar emprego, distribuir renda, cuidar do seu povo e ter soberania no mundo.
Do PT na Câmara