O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi uma “reflexão interessante e estimulante para o Brasil, para a cultura e também para as escolas brasileiras”.
O assunto que deveria ser abordado pelos estudantes na redação foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
Em coletiva à imprensa neste domingo (25), após o encerramento do segundo dia de exames, o ministro afirmou que a violência contra a mulher é ainda uma realidade em todo o País.
“Somos uma sociedade que ainda tem violência contra a mulher, apesar dos avanços das políticas públicas e de legislações, como a Lei Maria da Penha e do Feminicídio”, destacou.
Para ele, o tema foi uma “excelente escolha”, pois ajuda na reflexão sobre o tema. Ele também ressaltou que a abordagem poderia, “quem sabe”, “diminuir a violência”.
“Seria um grande avanço para a cidadania e para as mulheres no Brasil”, acrescentou.
Durante a coletiva, Mercadante rebateu os ataques dos deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marcos Feliciano (PSC-SP). Os parlamentares criticaram, pelas redes sociais, o tema da redação do ENEM e uma questão da prova que utilizava a frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, da escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir.
O ministro defendeu a “grande contribuição” de Simone em relação à condição da mulher na sociedade.
“Esse é o contexto do debate. Pessoas podem divergir. Mas na educação, você tem que estar aberto a conhecer, discutir, refletir e respeitar”, acrescentou.
Mercadante fez questão de ressaltar que o ministro da Educação não tem acesso às questões do Enem antes do exame, por conta do sigilo importo. “Não opino, não tem acesso e nem quero ter”, afirmou.
Abstenções – O ministro da Educação também ressaltou a queda no número de abstenções no Enem deste ano. Desde 2009, quando o exame passou a ser válido como processo de seleção para acesso ao ensino superior, a abstenção caiu 12%.
“Quando olhamos o histórico, tivemos esse ano a menor abstenção na história do Enem, desde 2009”, apontou. Em 2015, foram 25,5% de abstenções.
Ao todo, cerca de sete milhões de pessoas fizeram as provas do Enem neste final de semana.
“Nova avaliação foi o mais completo êxito. Fizemos todas as premissas que asseguram que os candidatos possam fazer sua prova em condições adequadas. Assim, é o desempenho de cada um deles que vai estabelecer o acesso a todas as politicas públicas relacionadas à nota no Enem”, afirmou Mercadante.
Da Redação da Agência PT de Notícias