Em mais uma prova de tentativa de partidarizar a comunicação, o governo golpista de Michel Temer (PMDB) cortou as verbas de publicidade para blogs e sites alternativos. Ao todo, foram suspensos R$ 11 milhões, segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”.
O valor, divulgado amplamente por veículos da imprensa tradicional, equivale a uma porcentagem mínima do que foi destinado a veículos de imprensa como a Rede Globo. Apenas em 2014, a Globo recebeu cerca de R$ 565,8 milhões de publicidade federal, 50 vezes mais do que o total da verba suspensa por Temer para sete blogs progressistas.
De 2003 a 2014, foram R$ 6,2 bilhões destinados à Globo. Os dados foram divulgados pelo blog do Fernando Rodrigues. A “Folha de S.Paulo” ganhou R$ 14 milhões apenas em 2014. Já a revista “Veja”, por exemplo, recebeu R$ 19,9 milhões em 2014 do governo da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT).
Em 2015, o gasto total com publicidade feito pelo governo federal foi de R$ 1,86 bilhão, sendo R$ 1,23 bi para a televisão. A distribuição dos valores comprova que a presidenta eleita não utilizava essas verbas para favorecer ou desfavorecer aliados, mas sim para divulgar temas de relevância entre públicos variados.
Temer foi por outro caminho. Sites como o Brasil 247, o Diário do Centro do Mundo, o blog Conversa Afiada, o blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, O Cafezinho, o site Pragmatismo Político e o blog de Esmael Moraes tiveram verbas de publicidade suspensas. Coincidentemente, são todos blogs que reconheceram caráter ilegítimo do impeachment e denunciaram o golpe parlamentar.
“As decisões excludentes e vingativas do presidente em exercício, nesse sentido, mais que reiteração de antiga chaga autoritária, representam agressão à liberdade de imprensa e à democracia”, afirmou Breno Altman em artigo publicado na “Folha de S.Paulo”. Altman é do site de notícias internacionais Ópera Mundi e também teve verbas cortadas pelo governo golpista.
“O problema é chamar – implicitamente – Globo, Veja, Estadão, Folha, de veículos “apartidários”, e mencionar “debates de relevância pública”. Quem define o tipo de debate que tem “relevância pública”? Bem, talvez um governo democraticamente eleito poderia, muito delicadamente, definir o que são debates de relevância pública, e mesmo assim haveria quem, com certa justiça, contestasse esse direito”, questiona o editor do site O Cafezinho Miguel do Rosário.
Da Redação da Agência PT de Notícias