Em entrevista exclusiva ao portal “Brasil 247”, na tarde desta segunda-feira (21), a presidenta eleita Dilma Rousseff declarou que o atual presidente usurpador Michel Temer “está aquém do Brasil e do povo brasileiro” e que o Brasil tem condições de sair da crise.
“Mas não tem saída com eles. O Brasil tem força suficiente para construir novos caminhos, mas esse grupo que está dentro do Palácio do Planalto não tem liderança e ambição política do tamanho do Brasil para tirar o País dessa situação”, disse.
Segundo Dilma, a política de expansão fiscal do governo golpista é, na verdade, o uso do orçamento público para criar uma legitimidade aparente a um governo ilegítimo.
“Aumenta o gasto público, mesmo que o rombo vá prejudicar a retomada de crescimento do País. E aí se dá aumento para quem não precisa, beneficia segmentos que são privilegiados e acaba com programas como o Minha Casa Minha Vida, que incentiva a geração de emprego”, declarou.
A PEC 55 para ela, “não passa de um ajuste fiscal permanente”, que reduzirá por 20 anos a possibilidade de investimentos e o crescimento do País. E serve “para completar o serviço que não foi feito na época de FHC”, de construção do Estado mínimo.
“Nesse ímpeto de construir o Estado mínimo, eles fazem o tripé: PEC 55, que tira todas as condições de política monetária e fiscal por 20 anos, ao mesmo tempo que tira direitos, acaba com assistência, a educação e a saúde; a selvageria da Reforma da Previdência sem tempo de transição que ancorasse direitos e expectativas; e a Reforma Trabalhista que flexibiliza jornada de trabalho, que na verdade é aumentar margem de lucro”, enfatizou.
Durante a entrevista, transmitida ao vivo direto de sua residência em Porto Alegre (RS), Dilma afirmou que o povo brasileiro perceberá, de forma progressiva, que pagar o pato não é não ter impostos. “Pagar o pato é ter esse processo de financerização tão forte que corrói a demanda, o investimento, o consumo, obviamente o emprego como decorrência”.
Dilma falou, ainda, das ocupações em escolas e universidades, realizadas pela juventude, a quem chamou de “protagonista da mudança necessária no Brasil”.
“Eu vejo como extremamente interessante essa trincheira de ocupações nas escolas. Olho para eles com muita esperança e esses jovens estão ensinando pra nós, e não nós ensinando a eles”, concluiu.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias