Partido dos Trabalhadores

Temer libera agrotóxico que havia sido proibido em 2010

Deputado Adelmo Leão denuncia liberação de substância que possui efeitos neurotóxicos comprovados; em 2010, a Anvisa havia recomendado a sua proibição

Interesses econômicos se sobrepuseram novamente à preocupação com a saúde da população. No início deste mês, o governo golpista de Michel Temer (PMDB) liberou um agrotóxico com efeitos neurotóxicos comprovados, o Benzoato de Emamectina.

A notícia foi publicada no Diário Oficial da União no último 6 de novembro.

O uso dessa substância havia sido proibido em 2010. Mas, sob a gestão do golpista, o veneno foi liberado. “Essas substâncias podem causar intoxicação hepática, comprometer o sistema circulatório, imunológico”, afirma o deputado Adelmo Leão (PT-MG).

“São interesses mercantis e econômicos que são colocados acima da saúde da população, pessoas que trabalham na indústria química, de farmacologia”, diz ele.

Em 2010, a Anvisa havia feito um parecer recomendando a proibição dessa substância. Segundo a agência, em doses baixas, o agrotóxico já produzia consequências para todas as espécies animais.

“Incertezas no que diz respeito aos possíveis efeitos teratogênicos e certezas dos efeitos deletérios demonstrados nos estudos com animais corroboram de forma decisiva para que não se exponha a população a este produto, seja nas lavouras, seja pelo consumo de alimentos”, apontava o parecer.

Além dos efeitos à saúde da população, os agrotóxicos já têm causado a degradação do meio ambiente. “Há uma diminuição imensa do número de abelhas. Isso é um problema. As abelhas são um sinalizador da qualidade do meio ambiente”, diz ele.

A morte de abelhas, consequência do uso intensivo de agrotóxicos, tem efeitos drásticos, visto que os insetos são polinizadores.

A morte de peixes nos rios é outra consequência do uso desses agrotóxicos. “Esses agrotóxicos lançados para combater pragas são lavados pela chuva e lançados nos rios”, diz ele.

“O Brasil passou a ser um campo de experimentação. Tem países que produzem essas substâncias que não permitem seu uso. Mas aqui existe uma permissividade”, explica Adelmo.

Da Redação da Agência PT de Notícias