Parlamentares do PT denunciaram as manobras e diversas trocas de integrantes por parte do golpista Michel Temer para angariar votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara contra o parecer de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) favorável à admissibilidade da denúncia pelo crime de corrupção passiva. Apesar do resultado, a denúncia ainda deverá ser votada em plenário.
O usurpador Temer liberou cerca de R$ 1,8 bilhão para aproximadamente 330 deputados de sua base aliada, além de oferecer cargos e orientar que os parlamentares não-alinhados fossem trocados pelos partidos que dão sustento ao governo. Ele foi absolvido na comissão por 40 votos a 25, em votação nesta quinta-feira (13).
Com a rejeição do parecer de Zveiter, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), designou Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) como novo relator, responsável por elaborar documento alternativo com a recomendação de que a denúncia contra Temer não tenha prosseguimento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse novo parecer de Abi-Ackel foi aprovado na CCJ por 41 votos a 24.
Mesmo assim, esse relatório ainda será submetido ao plenário da Câmara, a quem cabe a palavra final sobre autorizar ou não o STF a analisar a denúncia contra o presidente.
Parlamentares do PT denunciam manobras de Temer
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que Temer comprou votos para conseguir o resultado. “Após trocar membros da Comissão de Constituição e Justiça, liberar emendas, dar cargos e prometer tudo o que os parlamentares da base queriam ouvir, o governo Temer jogou para baixo do tapete o pedido de abertura de inquérito contra o presidente por corrupção passiva”.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) também denunciou a compra de votos para que a CCj não aprovasse a denúncia contra Temer.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) destacou que a “compra de votos de Temer funciona e base aliada rejeita parecer contra o golpista”.
Para o deputado Adelmo Leão (PT-MG), destacou explicou como segue a tramitação da denúncia, que vai a plenário.
O deputado Patrus Ananias (PT-MG) considerou a votação um “extremo escândalo”.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou a votação da CCJ como “escândalo”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) denunciou que “a acusação de crime acolhida pelo relator na CCJ, que é do mesmo PMDB de Temer, valeu menos que os cargos e o dinheiro liberados para comprar deputados a seu favor”.
Da Redação da Agência PT de notícias