“É necessário deixar claro que o projeto de mudança do adversário é uma mudança em direção ao passado”, afirmou o presidente Nacional do PT, Rui Falcão, em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (8), em Brasília. Na ocasião, o partido anunciou que a segunda etapa da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff será “cara a cara e de casa em casa” e conclamou a militância a ir às ruas e conquistar voto a voto, no confronto de ideias.
A estratégia é apresentar nossas propostas e aprofundar o diagnóstico do “mito da boa gestão” proclamada pela campanha tucana. O desempenho dos governos PSDB, principalmente em Minas e São Paulo, e a imagem de que são bons gestores, deverão ser desconstruídos.
“Não podemos levar para casa que o somos os corruptos e que eles são os pudicos”, declarou o presidente. O petista citou diversos casos de conduta condenável em que os peesedebistas foram protagonistas, a exemplo do escândalo do Cartel no metrô de São Paulo. “Em matéria de corrupção os tucanos são recordistas”, completou.
Segundo Rui Falcão, as conquistas e os compromissos assumidos nos últimos 12 anos de governos do PT serão lembrados para convencer o eleitor que as mudanças propostas pela presidenta Dilma são em direção ao futuro.
A orientação para a militância para os próximos dias é sair às ruas, falar diretamente ao eleitor e debater as propostas de governo. “Já colocamos milhares de pessoas nas ruas no primeiro turno e agora vamos repetir e ampliar esses resultados exitosos.”, disse Falcão.
O desempenho das candidaturas regionais pelo país será usado para mapear a corrida eleitoral dos próximos dias. Os votos da candidata derrotada Marina Silva (PSB) e as numerosas abstenções estão na meta dos eleitores que deverão ser conquistados. “A nossa disputa é com o eleitor que quer novas propostas e quer manter as conquistas do último período”, disse.
A meta agora é ampliar a distância de Aécio nos estados do Nordeste, diminuir a diferença em São Paulo, concentrar esforçou no Sul e manter o índice de aprovação em Minas e no Rio de Janeiro. “Não é uma operação de cálculo, é de luta política”.
Mais cedo, as executivas nacional e regional do partido se reuniram para debater os novos rumos da campanha presidencial. A orientação é reforçar o diálogo com o eleitorado jovem, principalmente dos redutos historicamente tucanos. Será feito ainda um esforço concentrado para comparar os modos de governo petistas e tucanos. “Temos dois projetos de país em jogo”, disse Falcão.
A força política do PT, que elegeu governadores, senadores e deputados, será usada para relembrar a imagem positiva dos governos petistas e a aprovação recorde dos primeiros anos do governo Dilma.
Para o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o segredo para crescer na corrida eleitoral é explorar de forma mais profunda os projetos de governo e desmontar ataques contra o PT e a presidenta Dilma. “Não podemos permitir que eles nos coloquem num canto”.
Já o deputado Paulo Teixeira acredita que a presença de lideranças e figuras históricas do partido será fundamental para reforçar o vínculo do eleitor com as conquistas sociais dos últimos anos. “Temos que lembrar a sociedade brasileira dos riscos que existem se eles ganharem, do desmanche de direitos, do velho projeto de desigualdade social e de concentração de renda”, afirmou.
O deputado Alessandro Molon defendeu a instrumentalização da militância que, segundo ele, carece de informações qualitativas e argumentos para difundir os ideias petistas. Ele reforçou a importância de se desconstruir a imagem errônea do candidato Aécio Neves. “Quem conhece o Aécio, vota na Dilma”, exemplificou.
No mesmo sentido, o coordenador das mídias sociais do PT, Alberto Cantalice, defendeu o papel da comunicação em rede na estratégia de munir a militância e fortalecer a imagem do partido. “Não é só agora, durante a campanha, que precisamos usar a mídia a nosso favor, para discutir a imagem do PT. O mais importante agora é ampliar o apoio e conter o crescimento do adversário”, observou.
Campanha de ódio – O presidente Rui Falcão afirmou que toda campanha de ódio, dentro e fora das redes sociais, deve ser repelida. “Nós não vamos enveredar por este caminho”.
As recentes declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso menosprezando o poder de discernimento do eleitor do PT foram consideradas “infelizes” por Rui Falcão e sinalizam a campanha de ódio fomentada nas redes nos últimos dias. “É uma alegação preconceituosa similar àquela do passado, também infeliz, que ele tachou os aposentados de vagabundos”, lembrou.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias