A imprensa internacional repercutiu a aprovação da PEC 55 em segundo turno no Senado Federal nesta terça-feira (13). O jornal britânico “The Guardian” ressaltou que o pacote de austeridade foi apontado pela ONU como o de maior retrocesso social em todo o mundo.
Também destacou os protestos que ocorreram durante a sessão que aprovou a medida, e que pesquisa Datafolha recente mostrou 60% de desaprovação em relação às mudanças constitucionais.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se manifestou, na semana passada, sobre a PEC 55 por meio de seu relator especial para Extrema Pobreza e Direitos Humanos, Philip Alson.
“Os planos do governo de congelar o gasto social no Brasil por 20 anos são inteiramente incompatíveis com as obrigações de direitos humanos do Brasil”, afirmou Alson em nome do Conselho de Segurança. O “principal e inevitável efeito” da PEC 55 será o prejuízo aos mais pobres nas próximas décadas”, afirmou.
A agência de notícias Reuters também destacou os protestos na Esplanada. Já a agência AFP relatou a fragilidade do governo golpista em meio às inúmeras denúncias de corrupção em que está envolvido.
O jornal El Pais, em sua edição brasileira, publicou artigo em que critica a aprovação da PEC, sobretudo pela falta de debate, e lembrou que mesmo economistas à direita, como Felipe Salto e Monica de Bolle, teceram duras críticas à medida. “É um triste clichê: se salva quem tiver força para lutar por seus interesses, e não são os mais pobres”, escreve a colunista, que aponta para a falta de popularidade e de legitimidade nas urnas do presidente golpista Michel Temer e do Congresso igualmente rejeitado pela opinião pública.
A imprensa internacional já havia repercutido a declaração da ONU na semana passada. Além do The Guardian, a Radio France Internationale havia publicado que as medidas de austeridade que o Brasil pretende impor na área social evoluirão rapidamente de congelamento de gastos para um “recuo dos níveis de educação, de saúde e de proteção social”. Segundo a rádio, “essa medida radical deverá agravar as desigualdades sociais em um país onde elas já são gritantes”.
“As Nações Unidas ressaltaram que há um problema referente à democracia, já que o programa do novo presidente Michel Temer, que chegou ao poder após a destituição de Dilma Rousseff, jamais foi submetido às urnas”, afirmou o veículo.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT no Senado