Os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Ford ampliaram a mobilização contra a decisão da multinacional de fechar as suas unidades no Brasil, que atingirá as fábricas localizadas em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). Nesta quarta-feira (27) sindicalistas das unidades de Taubaté (SP) e Camaçari (BA) se encontraram com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, e também participaram de audiência pública virtual na Câmara que foi convocada pelos deputados petistas Carlos Zarattini e Vicentinho.
O fechamento irá afetar diretamente mais de cinco mil empregos diretos, além de um efeito cascata em 118,8 mil postos de trabalho em todo o país
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Claudio Batista, o Claudião, se reuniu nesta quarta-feira (27), em Brasília, com o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM). Durante o encontro foram discutidas ações que podem ser tomadas em relação ao fim da produção da Ford, em defesa dos trabalhadores e para evitar a fuga de outras montadoras.
Uma dessas ações é a retomada do Inovar Auto, programa da cadeia automotiva encerrado em 2017, que estabelecia regras como um percentual mínimo de peças produzidas no Brasil na montagem dos veículos. “O presidente do Congresso se comprometeu a colocar esse tema em pauta até semana que vem”, explicou Claudião.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, também participou da reunião. O encontro com Alcolumbre contou ainda com a presença do senador Rodrigo Pacheco (DEM), que disputa a nova presidência do Congresso.
A reunião com Alcolumbre e Pacheco foi articulada pelos deputados federais Vicentinho (PT), Carlos Zarattini (PT-SP), José Guimarães (PT) e senador Rogério Carvalho (PT). Acompanhou a comitiva o vereador Herivelto Vela (PT) de Pindamonhangaba.
Audiência Pública
Também nesta quarta-feira, foi realizada pela Câmara dos Deputados uma audiência pública contra o fechamento da Ford no Brasil. A sessão foi convocada a pedido dos deputados Vicentinho (PT) e Carlos Zarattini (PT) e, além da bancada do partido, também contou com apoio do PSOL, Rede, PDT, PC do B e PSB.
O envolvimento dos parlamentares em defesa dos empregos dos trabalhadores da Ford é uma das estratégias de luta das lideranças sindicais. No dia 20 de janeiro foi a vez da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) se posicionar sobre o caso Ford em uma audiência pública organizada pela bancada estadual do PT.
Carreata para Aparecida
Na próxima sexta-feira (26), os trabalhadores e trabalhadoras da unidade da Ford da cidade paulista de Taubaté realizam uma carreata para Aparecida em protesto contra o fechamento da fábrica.
A concentração para o ato começa às 7h30 na fábrica. A previsão do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau),é de que os funcionários da montadora participem de uma missa às 12h na Basílica Nacional de Aparecida. A participação no ato é aberta à população.
“Essa carreta é aberta a todos os taubateanos que estão solidários com os trabalhadores na Ford. O fechamento da montadora será também o fim de muitos empregos nos setores de comércio e serviços. Essa é uma luta da cidade como um todo”, afirmou o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião.
Na terça-feira (26), os trabalhadores também participaram de um ato ecumênico na fábrica, em preparação à carreata. Eles receberam mensagens de conforto espiritual e orações conduzidas pelo padre Celso Batista, da paróquia Nossa Senhora da Conceição, distrito de Quiririm, e dos pastores Jesiel Calderário e Caio Rezende, do Conselho de Pastores de Taubaté.
Claudião reforçou ainda a importância da participação dos trabalhadores na carreata de sexta-feira. “A fé move montanhas. Precisamos de todos os trabalhadores presentes e também convidamos seus familiares”.
Da Redação, com Sindmetau