Os membros da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural se reuniram nesta terça-feira (5) para buscar alternativas e resistir ao desmonte promovido pelo governo Temer com as reformas trabalhista e previdenciária, além defender a permanente mobilização dos trabalhadores no intuito de impedir a votação da PEC 287. A base do governo trabalha para votar as novas regras de acesso a aposentadoria ainda neste ano.
“Se a matéria não obtiver votos suficientes para a sua aprovação nessa semana, ou na semana que vem, não haverá possibilidade de votá-la em 2018. É isso que nós queremos. A reforma não passará”, afirmou o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS).
Após a reunião da Frente, dirigentes nacionais do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) anunciaram o início de uma greve de fome contra a aprovação da reforma da Previdência.
O frei Sérgio Gorgen, e as militantes Josineide Costa e Leila Meurer afirmam que a reforma da Previdência não é somente o fim da aposentadoria, mas o aprofundamento da fome e da miséria para grande parte do povo brasileiro.
“É preciso que algumas pessoas passem fome por alguns dias para que a sociedade não passe fome no futuro próximo. Avaliamos que, diante da forma brutal como eles vêm insistindo nessa injustiça descomunal, a gente não poderia mais ficar discutindo com os mecanismos normais de convencimento e de indignação. Tomamos a decisão de que nós iniciaremos uma greve de fome, aqui dentro do Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados”, disse o frei Sérgio.
“Eles [governistas] não tem 308 votos. Estão comprando votos dia e noite. É coisa de bandido. É inaceitável. Essa greve de fome é um exemplo a ser seguido. Espero que pelo País todo se espalhem movimentos como esse. O governo não pode aprovar essa reforma”, destacou o senador Paulo Paim (PT-RS).
Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, este é um importante movimento para chamar a atenção do Brasil sobre a perversidade que é a Reforma da Previdência proposta pelo atual governo e que, mesmo depois de toda a mudança, “continua caindo sobre os ombros dos mais pobres”.
Mentiras que o Temer conta
Mais uma vez Michel Temer mentiu para a população brasileira ao afirmar que, com as alterações recentes, a reforma da Previdência não mais atingiria os trabalhadores rurais.
Pela lei atual, os trabalhadores do campo estão inseridos na categoria “segurados especiais” da Previdência Social. Nesta categoria, a contribuição à Previdência Social é feita a partir da comercialização do que é produzido pelo trabalhador.
Entretanto, agora, o governo abre brecha para que seja estabelecida uma taxa fixa de contribuição, o que impossibilitará a aposentadoria de praticamente todos os trabalhadores do campo.
O novo texto da reforma da Previdência estabelece que os agricultores familiares somente poderão se aposentar mediante a comprovação de 15 anos de contribuição mensal.
“Ninguém pode perder a sua aposentadoria, muito menos o trabalhador rural. Esta reforma significa a destruição de direitos dos trabalhadores rurais. Temos que garantir a continuidade dos direitos já existentes, não podemos permitir a retirada de direitos dessa categoria”, enfatizou Bohn Gass.
Com informações da CUT e PT na Câmara
Do PT no Senado