Os aeronautas e aeroviários fizeram, na manhã desta quinta-feira (22), paralisações simultâneas e articuladas das categorias nos aeroportos de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e outros.
Os aeroportos de Brasília e São Paulo ocupam os postos de maiores em movimentação de aeronaves no país. As paralisações causaram efeito cascata em todo o sistema aeroviário nacional. Os trabalhadores do setor aéreo pararam as atividades por uma hora, entre 6h e 7h.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) lembrou que paralisações em período de alta temporada podem “trazer prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação para os usuários do transporte aéreo”. Para o sindicato a paralisação é ilegal, pois foi deflagrada sem se esgotar as tentativas de negociação.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 8,5% e melhorias nas condições de trabalho em relação aos turnos trabalhados, para evitar sobrecarga de esforço, cansaço e fragilização da segurança do voo. O Snea e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) oferecem 6,5% de reajuste para os salários e 8% para alguns benefícios.
Em São Paulo, a paralisação atrasou e cancelou voos nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos, em Campinas. O movimento teve a participação de agentes de atendimento, mecânicos, operadores de equipamentos, pilotos, comissários e aeromoças.
A Infraero informou que dos 65 voos entre 6h e 7h dos aeroporto de São Paulo, 16 foram canceladas e 22 sofreram atrasos. Em Brasília, a Inframérica, que administra o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, afirmou que sete voos sofreram atrasos acima de 30 minutos, tanto na chegada quanto na partida, e um voo foi cancelado, entre os 57 previstos para entre 0h e 9H.
No Rio de Janeiro, o Aeroporto Santos Dumont teve quatro voos cancelados e quatro atrasados, dos 14 previstos até as 7h de hoje, segundo a Infraero. O Galeão/Aeroporto Internacional Tom Jobim teve dois voos atrasados, dos 14 previstos até o horário.
Os aeroviários, funcionários que trabalham em solo, pedem a criação de piso para agente de check-in, vale-refeição de R$ 16,65 para jornada de trabalho de até seis horas e de R$ 22,71 para os demais; seguro de vida no valor de R$ 20 mil, e cesta básica de R$ 326,67, além de 36 horas semanais de jornada.
Os aeronautas aguardam uma definição de valores das diárias internacionais; o fim do teto para o vale-alimentação, o pagamento para jornadas semanais acima de 44 horas; aumento de folgas mensais; limitação de trabalho em madrugadas consecutivas; remuneração das horas de solo; e o plano de previdência privada.
Decisão do ministro Barros Levenhagen, do Tribunal Superior do Trabalho, estabeleceu que os grevistas devem manter o mínimo de 80% do serviço durante a paralisação. A multa diária em caso de descumprimento é R$ 100 mil.
Agência Reguladora – A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou, por nota, que acompanha a paralisação dos aeronautas e aeroviários. Segundo a agência, a diretoria está mobilidade desde 5h para monitorar a situação da malha aérea e os impactos nas operações.
Além disso, a ANAC disse que fiscalizará a prestação de assistência aos passageiros. A companhia aérea deve informar sobre atrasos e cancelamentos de voo, oferecer facilidade de comunicação para atrasos superiores a uma hora, alimentação adequada para atrasos superiores a duas horas e acomodação, translado e, quando necessário, serviço de hospedagem para atrasos superiores a quatro horas.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias