Enquanto Michel Temer e seus aliados se movimentam para tentar compor uma base aliada superior a 300 deputados para viabilizar a aprovação do projeto de reforma da Previdência (PEC 287/2016) na Câmara dos Deputados ainda neste ano, movimentos sindical e popular mobilizaram o País, nesta terça-feira (5), reafirmando que se o governo colocar a proposta para vota, “o país vai parar”.
Foram realizados atos, paralisações, fechamento de rodovias e muitas manifestações em várias capitais e cidades do Brasil contra a PEC 287, que trata de mudanças de regras que vão restringir a concessão do benefício de à aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Ainda na madrugada, sindicalistas e ativistas de movimentos sociais bloquearam a entrada de três garagens de ônibus em Aracaju. No Maranhão, a BR-235 ficou parada e trabalhadores do campo e cidade interditaram a ponte do Bacanga, na entrada de São Luís.
No Rio Grande do Sul, a CUT esteve num ato no aeroporto Salgado Filho denunciando a farsa do déficit previdenciário junto aos parlamentares que se dirigiam para Brasília.
Recentemente a CPI da Previdência, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) aprovou, por unanimidade, relatório apontando que a Previdência Social sofre com problemas de gestão e desvio de recursos, não de déficit.
“Ninguém pense que as centrais não estão em estado de alerta. A qualquer momento, se a reforma for colocada na pauta de votações, como ia ser o caso, a greve geral voltará a acontecer”, disse o senador.
“Se a Reforma da Previdência é boa por que os políticos, militares e o judiciário estão fora”, questionava os dizeres de uma faixa em frente ao Banco Santander que estava fechado pelos bancários, no centro do Rio de Janeiro, onde aconteceu um ato público, que contou com a participação dos bancários de Campos, metalúrgicos e servidores da rede estadual Faetec. Outros bancos na capital carioca também foram fechados.
Ainda no Rio, os petroleiros fizeram uma grande mobilização em Macaé e Angra dos Reis.
No estado de São Paulo, os movimentos sociais e sindicais reuniram milhares de pessoas em frente ao vão livre do Masp convocando os brasileiros a irem às ruas do País contra as novas tentativas de aprovação da PEC 287.
Em Fortaleza, a manifestação da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo reuniu cinco mil pessoas. “Quem vota contra o trabalhador, não volta para o Congresso. O povo está de olho”, dizia uma das faixas erguida pela população.
Também forma registrados atos na Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará e Paraíba.
O senador Paulo Paim considera “uma loucura” a decisão do governo de tentar votar a proposta de reforma previdenciária ainda neste ano, sem o respeito aos prazos de tramitação e o devido debate para uma proposta que exigirá dez anos a mais na contribuição previdenciária e sete anos a mais na idade para que o trabalhador se aposente.
“Seria o presente mais cruel de Natal que o povo brasileiro iria receber. Um absurdo querer votar na véspera do Natal uma proposta hedionda, desrespeitosa, que sacrifica principalmente as mulheres – pega os homens também, mas principalmente as mulheres, que já são discriminadas neste País. É inadmissível, virou um pesadelo”, criticou.
Com informações da CUT
Do PT no Senado