A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 282 milhões em bens de 11 acusados de participação no caso Alstom, também conhecido como o Trensalão Tucano. Além da multinacional francesa, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas de São Paulo, Robson Marinho, também teve os bens bloqueados. Ele é acusado de ter recebido R$ 2,7 milhões em propina para favorecer a empresa em uma licitação do setor de energia do estado, em 1998.
A decisão foi anunciada na última segunda-feira (2) pela juíza Maria Gabriella Pavlópulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública.
Marinho esteve à frente da Casa Civil de 1995 a 1997 e foi nomeado ao cargo no Tribunal pelo então governador Mário Covas (PSDB), seu padrinho político. Em agosto de 2014, após ser considerado um dos suspeitos no esquema pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Marinho foi afastado do TCE paulista.
“Foi mais do que um facilitador, foi ele que permitiu o Termo Aditivo nº 10 do contrato firmado com a Eletropaulo. Foi a partir de sua ingerência que a Alstom e a Cegelec conseguiram implementar e colocar em execução o referido contrato”, declarou à Agência Brasil o promotor José Carlos Blat, um dos responsáveis pela investigação do caso.
O esquema ocorrido na década de 1990 envolve a assinatura e execução ao Aditivo nº 10 do Contrato Gisel II, entre a Eletropaulo e a empresa Cegelec, pertencente ao grupo Alstom. O objetivo era ampliar e criar novas subestações de transmissão de energia no estado paulista.
As investigações sobre o caso tiveram início apenas em 2008. À época, o periódico norte-americano Wall Street Journal revelou que a multinacional distribuía comissões para se beneficiar em contratos e fazia uso de uma filial e de um banco na Suíça para executar as operações.
Por Victoria Almeida, da Agência PT de Notícias.