O 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) se dará sobre três temas norteadores: Mundo, Brasil e Atualização da Concepção Partidária. Além desses temas, serão distribuídos outros 11 subtemas para debate.
De acordo com a secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, o que prevalecerá nos debates serão análises da conjuntura dos três temas e os desafios do partido às situações colocadas.
Em relação ao tema Mundo, Mônica ressaltou a obrigação de todo partido de esquerda analisar a situação dos trabalhadores ligados a partidos democráticos, progressistas e de esquerda, do mundo. Da mesma forma, segundo a secretária, o partido deve estar atento ao comportamento do capital internacional.
“Principalmente nesses tempos de globalização, cada vez mais um tema internacional, esses assuntos fazem parte dos temas de análise de conjuntura, de qualquer bom partido”, destaca Mônica.
De acordo com a secretária, a expectativa é que as análises sobre os partidos de esquerda e o capital financeiro internacional ofereçam subsídios para serem retiradas propostas no Congresso para a atuação do PT no plano internacional, em parceria com partidos de esquerda do mundo, como o Syriza, da Grécia.
“Ele está fazendo um grande enfrentamento ao capital financeiro internacional para resolver os problemas do povo grego, que foram causados pelo sistema financeiro internacional”, esclarece Mônica.
Segundo a secretária, os temas “Brasil” e “Atualização da Concepção Partidária” serão os espaços das análises de conjuntura nacional e partidária e os desafios colocados para o partido. De acordo com ela, o PT é um partido de esquerda no poder há 13 anos, implementando um projeto de desenvolvimento de inclusão social. O 5º Congresso recebeu sete teses de correntes do partido para subsidiar os debates.
“Hoje nós temos novos desafios frente a essa tarefa de implementação e de construção no Brasil de uma nação de oportunidades para todos, de emprego e geração de renda. Pretendemos ajudar o partido a tomar as melhores definições para continuar mudando o Brasil em favor do povo brasileiro e das trabalhadoras e dos trabalhadores”, ressalta Mônica.
As teses – Foram encaminhadas ao 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores sete teses propostas pelas tendências do partido. O grupo da Articulação de Esquerda apresentou a tese “Um Partido para Tempos de Guerra”, cujas diretrizes gerais são ocupar as ruas, construir uma Frente Democrática e Popular, mudar a estratégia do governo e a linha do governo.
A tese “Resgatar o Petismo no PT” foi apresentada pelo grupo Diálogo e Ação Petista, com as seguintes diretrizes gerais: desmilitarização das polícias e a revogação da Lei de Anistia com a punição dos criminosos; reforma agrária, titularização das terras quilombolas e demarcação das reservas indígenas; reforma urbana; fim do fator previdenciário e instituição da semana de 40 horas; fim do superávit primário; reestatização das empresas privatizadas; 100% do petróleo para a Petrobras 100% estatal; democratização dos meios de comunicação; vagas para todos nas universidades públicas; reforma tributária, Imposto sobre Grandes Fortunas, corrigir e ampliar as faixas do IRPF; confisco dos bens de corruptos e corruptores, entre outros.
A tendência “Mensagem ao Partido”, apresentou a tese “Mudar Mais: Por um novo ciclo de mudanças democráticas no País”. Esta tese soma a iniciativa coletiva e plural de defender o socialismo e a democracia, apontando para um novo ciclo de mudanças democráticas no país.
Entre os diversos pontos da tese apresentada pela Militância Socialista estão o protagonismo internacional do PT; a reforma política e combate à corrupção; combater a desigualdade; desenvolver políticas sociais de resgate e garantia dos Direitos Humanos; estimular a participação popular e democrática; estabelecer a juventude, mulheres e as minorias étnicas e de condição sexual como prioridade das políticas públicas.
A tese da chapa “Partido que Muda o Brasil” propõe a formulação de um conjunto restrito de propostas econômicas, sociais e políticas para os próximos quatro anos, como uma reforma tributária; direcionamento do investimento e do crédito para fortalecer a indústria, a inovação e o emprego; aprofundamento do processo de reforma agrária e de apoio à agricultura familiar; intensificação dos investimentos nas grandes e médias cidades do país, a fim de melhorar substantivamente as condições de habitação, saneamento e mobilidade de dezenas de milhões de brasileiros; continuidade e fortalecimento das mudanças em curso no sistema único de saúde; reforma educacional que corresponda aos objetivos de transformar o Brasil em verdadeira Pátria Educadora; reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha; combate à corrupção a todos os partidos, estados e municípios, assim como aos setores privados da economia e democratizar a comunicação.
“O Tempo não Para”, tese da chapa “Partido Para Todos e Na Luta”, apresenta os novos desafios e as novas alternativas; a situação política internacional; as mudanças e perspectivas da esquerda; as reformas democráticas e populares, propõe uma organização de juventude petista autônoma e de massas para construir uma sociedade libertária e socialista, entre outras questões.
A tendência “Chapa Virar à Esquerda” apresentou a tese “Abaixo a Política de Austeridade” em que propõe uma retomada do partido às suas bases históricas, como os movimentos populares; a anulação das privatizações; entre outras diretrizes.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias