O doleiro Alberto Youssef confirmou ter feito pagamentos para a campanha de Álvaro Dias (DEM-PR) em 1998, durante acareação com o diretor da estatal Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrobras realizada em agosto. O fato foi amplamente ignorado pela grande imprensa.
A confirmação do possível caixa dois para beneficiar Álvaro Dias foi resgatado por reportagem da “Rede Brasil Atual” deste domingo (13), no “Blog da Helena”.
O doleiro teria confirmado o pagamento ilícito para a campanha do ex- tucano após pergunta do relator deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que questionou: “Vossa senhoria teve um jato alugado pela prefeitura de Maringá e em determinado momento esse jato foi utilizado por políticos?”, relembra a reportagem.
Em resposta, Youssef valida a pergunta. “Na época eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias e parte destas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi, que foi secretário de fazenda da Prefeitura de Maringá. E parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas”, declarou.
Diante da resposta do doleiro, seria “pertinente concluir que tudo indica não terem sido doações contabilizadas na campanha (ou seja, tenha sido o vulgo caixa dois)”, segundo a matéria.
Em 1998, uma investigação ocorrida em Maringá tinha o objetivo de apurar possíveis desvios de recursos do município para o pagamento de jatos que foram supostamente usados por Álvaro Dias.
Na ocasião, houve “um esquema de corrupção na prefeitura em que emitiam cheques simulando pagamentos oficiais, mas o dinheiro era desviado para contas de parentes, laranjas e pagamento de avião para campanha eleitoral de aliado”.
A justiça Estadual condenou por improbidade administrativa na Justiça Estadual, o ex-prefeito Jairo Morais Gianoto, eleito pelo PSDB para o mandato de 1997 a 2000, que recorreu da condenação e vive em uma fazenda em Mato Grosso, e o ex-secretário de fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, que morreu em 2011, mas na época da investigação chegou a ser preso pela Polícia Federal.
Em depoimento a Justiça Federal, ele confirmou o envolvimento. “O prefeito chamou o Alberto Yossef e pediu para deixar um avião à disposição do senador (Álvaro Dias), relembrou a publicação.
Com a condenação em 2010 os réus, incluindo Youssef, devem devolver aos cofres públicos de Maringá “o valor desviado que, corrigido, corresponde a cerca de R$ 1 bilhão”. O processo ainda tramita nas instâncias superiores, porque coube recurso.
Petrobras x PSDB – Em delação premiada o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, morto em março de 2014, o procurou e cobrou R$ 10 milhões para que em 2009 a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás, fosse encerrada.
Assista trecho do depoimento: https://www.facebook.com/pt.brasil/videos/830306403722403/
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da “Rede Brasil Atual”.