A União Nacional dos Estudantes (UNE) divulgou, nesta quarta-feira (31), uma nota oficial condenando o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. No texto, a entidade reforça a sua posição ao lado da democracia e afirma que os estudantes querem um plebiscito para consultar a população acerca da realização de novas eleições.
Para a entidade, o impeachment foi uma estratégia empregada contra os programas de inclusão social, a democratização do acesso ao ensino superior, o Enem, os 75% dos royalties e de 50% do Fundo Social do pré-sal para a educação, além de 10% do PIB brasileiro, demandas históricas do movimento estudantil conquistadas durante as gestões petistas.
“Esse impeachment se consolidou ignorando os elementos jurídicos e constitucionais, por meio de um julgamento substancialmente político de uma presidenta da República que comprovadamente não cometeu crime de responsabilidade fiscal”, diz o texto. “Esse golpe deu posse a um governo ilegítimo que impõe agora uma agenda retrógrada e privatista que não foi eleita nas urnas e tem alvo certo: estudantes, trabalhadores, mulheres, negros, e LGBTs.”
Confira o texto na íntegra:
“A União Nacional dos Estudantes mais uma vez marca o seu lado na história, ao lado da democracia, contra esta conspiração, este golpe político-institucional que engendrou uma fratura ao estado democrático de direito.
Afirmamos com todas as letras, o Brasil sofreu um golpe!
Mesmo fazendo essa denúncia recorrente junto com os movimentos sociais nas ruas e nas universidades de todo o país o Congresso Nacional brasileiro, este que deveria nos representar, cassou Dilma Rousseff.
O processo de afastamento da presidenta eleita por 54 milhões de votos teve início de forma ilegítima desde o início: por meio de uma chantagem de Eduardo Cunha, este sim comprovadamente criminoso e injustamente não cassado, apoiado por setores conservadores, entranhados na grande mídia, no judiciário e na elite econômica do país.
Portanto, esse impeachment se consolidou ignorando os elementos jurídicos e constitucionais, por meio de um julgamento substancialmente político de uma presidenta da República que comprovadamente não cometeu crime de responsabilidade fiscal.
Esse golpe deu posse a um governo ilegítimo que impõe agora uma agenda retrógrada e privatista que não foi eleita nas urnas e tem alvo certo: estudantes, trabalhadores, mulheres, negros, e LGBTs.
Para a UNE é um golpe contra a nova cara da universidade colorida e plural, conquistada com anos de avanços em políticas inclusivas. É um golpe contra o ProUni, o Enem, o Fies, o PNAES, contra os 75% dos royalties e de 50% do Fundo Social do pré-sal e os 10% do PIB brasileiro para a educação.
Agora frente a esse cenário de instabilidade precisamos planejar o contra-ataque para recuperar o que foi tomado do país, nossa democracia. A UNE apoia a proposta de um plebiscito para consultar a população acerca da realização de novas eleições por que acredita que este é um instrumento legítimo, constitucional e democrático que apela à soberania maior de uma democracia: o voto popular.
O Pré-Sal está sendo entregue aos interesses estrangeiros junto com campos da Petrobrás sob o comando do senador José Serra. Nessa jogada estão impossibilitando a principal fonte de financiamento da educação aprovada com muita luta do movimento estudantil. Querem nos impedir de sonhar!
Já o golpe de 1964, sob a máscara de ‘revolução’, veio a ser reconhecido como um dos atos mais arbitrários da nossa história apenas anos depois. Na época mesmo o STF o referendou sob uma pretensa legalidade. Mas a UNE soube desde o primeiro dia quando teve sua sede incendiada o que queriam os criminosos que tomavam o poder.
Não nos acovardamos naquela época, não nos calaremos hoje! Fora Temer!”
Da Redação da Agência PT, com informações da Rede Brasil Atual