O Ministério da Saúde firmou parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para desenvolver, em até um ano, a vacina contra o vírus zika. Para isso, serão disponibilizados pelo governo brasileiro US$ 1,9 milhão nos próximos cinco anos. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta quinta-feira (11), em coletiva à imprensa.
“Fizemos uma parceria com a Universidade do Texas através do nosso Instituto Evandro Chagas, sediado em Belém, que tem grande experiência em arboviroses. E a universidade americana foi escolhida por ser centro mundial de trabalhos com arbovírus”, explicou o ministro.
Castro disse estar otimista quanto ao prazo para o desenvolvimento dessa vacina, pois já existe uma pareceria entre o Instituto Butantã, do Ministério da Saúde, com os Institutos Nacionais da Saúde (NIH, na sigla em inglês) para a o desenvolvimento de uma vacina da dengue. “Nós temos ainda Biomanguinhos que irá desenvolver várias linhas de pesquisa para a vacina”, completou.
“Sabemos que é demorada, mas há um grande otimismo de que poderemos desenvolver a vacina em um tempo menor que o previsto. Aproximadamente em um ano, podemos ter essa vacina desenvolvida”, afirmou Castro.
A pesquisa para a vacina contra a zika será realizada conjuntamente pelo governo brasileiro e a Universidade do Texas Medical Branch dos Estados Unidos.
O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal com envolvimento de 18 ministérios e outros órgãos federais, além da parceria com os governos estaduais e municipais.
O plano, dividido em três eixos – Mobilização e Combate ao Mosquito, Atendimento às Pessoas e Desenvolvimento Tecnológico e Pesquisa –, foi criado para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika e oferecer suporte às gestantes e aos bebês.
Diagnóstico – Durante a coletiva, o ministro da Saúde informou que os kits de detecção da zika estão sendo distribuídos em todos os estados. “São 100 mil testes para todo o País e temos 24 laboratórios capacitados para realizar o teste de Zika”, disse Castro. Ele explicou que ainda não existe um exame sorológico que detecte o vírus semanas ou meses após a infecção.
“Clinicamente é possível dar o diagnóstico de zika, mas não em todos os casos, que podem ser confundidos com as outras duas doenças. Por isso, se pode ser realizado o exame laboratorial, é mais seguro”, ressaltou.
Para ele, “não há dúvida de que o fator determinante para o surto de microcefalia é o surto de zika no Brasil”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias