Os advogados de Lula, Valeska Teixeira Martins e Cristiano Zanin Martins, concederam entrevista à Carta Capital, nesta quinta-feira (3), e conversaram sobre os detalhes do processo contra o ex-presidente. Ambos afirmaram que existem diversas provas da inocência de Lula que são ignoradas pela Justiça. “O ex-presidente Lula sempre deixou muito claro que faz questão do reconhecimento de que esse julgamento foi injusto e parcial”, ressaltou Valeska.
“Foram ouvidas 73 testemunhas e nenhuma delas fez qualquer afirmação que pudesse confirmar a hipótese acusatória. No entanto, o ex-presidente Lula foi condenado porque um corréu, o Léo Pinheiro, prestou um depoimento que serviu para dar base a essa condenação, mediante uma versão fantasiosa, que nós entendemos mentirosa e que ele próprio disse que estava alterando a posição anterior. Estava alterando porque estava negociando um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) objetivando benefícios”, afirmou Zanin.
De acordo com os advogados, existiram várias intercorrências que influenciaram no processo: “Nós tivemos diversas anomalias durante o processo, uma tramitação claramente acoplada aos acontecimentos políticos no país, uma velocidade recorde imposta ao processo para que ele tivesse um desdobramento antes das Eleições de 2018, ou seja, nós tivemos um agir estratégico do Judiciário”, apontaram.
Decisão do STJ
Sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na semana passada, os advogados comentaram que o resultado obtido foi pouco: “Nós esperávamos a absolvição, porque é o resultado que avaliamos adequado, mas nós vamos buscar até o fim a absolvição e há elementos de sobra para isso”, afirmou Zanin.
Outro ponto levantado pelos advogados durante a entrevista foi a necessidade de um julgamento independente: “Quando a gente pede um julgamento independente e imparcial é para que haja independência com relação à opinião pública e à mídia. Tudo que não diz respeito ao cumprimento da lei, não deve ser levado em conta”, destacaram.
Para Valeska, o processo segue uma lógica completamente política e não judiciária: “Falta materialidade às acusações. Existe uma atuação em conjunto do Judiciário com partes da mídia brasileira, no sentido de demonizar o ex-presidente, quase um ilusionismo psicológico. É uma guerra jurídica para deslegitimar o ‘inimigo'”, critica a advogada.
“A nossa posição é de que essas condenações jamais poderão prevalecer. Nossa posição é firme de que em nenhum dos processos que tramitam ou tramitaram em Curitiba foi apresentada qualquer prova de culpa. Nós temos confiança de que, em breve, essas condenações sejam revertidas e a verdade vai prevalecer”, concluem.
Assista a entrevista na íntegra:
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Carta Capital