O primeiro mandato de Lula teve dois momentos decisivos para o esporte brasileiro. Em 15 de maio de 2003, logo no início do seu governo, o ex-presidente sancionou o Estatuto do Torcedor, uma conquista histórica e que pela primeira vez incluía os espectadores como parte fundamental das políticas públicas voltadas ao setor.
No dia 29 de dezembro de 2006, às vésperas de fechar um ciclo altamente positivo no comando do país, Lula daria mais um passo gigantesco para fomentar o surgimento de novos atletas e valorizar modalidades de pouco prestígio entre os brasileiros a partir da Lei de Incentivo ao Esporte.
Na época, a ex-jogadora de basquete Hortência afirmou, em nome de atletas e dirigentes, que havia 20 anos esperavam por alguma iniciativa do tipo. “Finalmente vamos ter esta tão sonhada lei. Começa agora um novo trabalho de inclusão social através do esporte”, apostou.
O grande apreço de atletas e ex-atletas de todas as modalidades por Lula também teve outro episódio marcante entre as sanções das duas leis já citadas. Em 2004, ao homenagear a delegação que iria aos Jogos Olímpicos de Atenas (na Grécia) Lula anunciou oficialmente o Bolsa Atleta – hoje quase extinto pelas mãos de Temer – que prevê remuneração mensal de R$ 300,00 a R$ 2.500,00 para atletas de alto rendimento.
O impulso iniciado há 15 anos, no entanto, terá agora de driblar os sistemáticos ataques da atual gestão para entrar num novo patamar. Por isso, “é tarefa urgente reverter o sucateamento de parte das estruturas criadas e retomar os investimentos em manutenção, operação e construção, abandonados em grande parte pelo governo golpista”, conforme aponta o novo Plano de Governo da Coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT-PCdoB-PROS).
Outra proposta prevista no documento é recuperar o projeto original de legado dos Parques Olímpicos do Rio a curto prazo. Vítima do descaso municipal e da falta de gestão, o projeto, que foi criado para impulsionar investimentos urbanos, deve ser imediatamente recuperado.
As Olimpíadas do Rio e a Copa do Mundo de 2014 só foram possíveis porque, como sublinha o Plano de Governo, foi possível superar o atraso da nossa infraestrutura esportiva e criar um dos mais importantes conjunto de equipamentos esportivos do mundo.
Sistema Único do Esporte
Desde o primeiro dia no Palácio do Planalto, Lula sempre deixou claro sua ideia de que o desenvolvimento do esporte deve ser tratado como política de Estado. Agora, a coligação coloca como um dos pontos de partida a criação de um “grande debate para a criação do Sistema Único do Esporte, definindo o papel da União, Estados, DF, Municípios e das entidades esportivas na oferta de políticas de esporte (sistema quadripartite), a exemplo do que ocorre na saúde, como SUS”.
O Sistema será primordial para assegurar a participação e controle social e a otimização dos recursos públicos. Outro projeto previsto no Plano de Governo é a criação da Universidade do Esporte, “articulando ensino, pesquisa e extensão, visando a formação de profissionais de nível internacional voltados para toda a cadeia produtiva do esporte (gestão esportiva, saúde, pesquisa e políticas públicas”.
Gestão do Futebol
Para o futebol, esporte que se confunde com a própria imagem do Brasil, o governo criará o Programa de Modernização da Gestão do Futebol, que visa apoiar a estruturação a nível nacional dos clubes, inclusive do futebol feminino. Com isso, será apoiada a construção de um calendário unificado que garanta atividade anual permanente para todas as séries e campeonatos.
Segundo o programa petista, o futebol se tornará vetor de desenvolvimento e promoção das capacidades do país. Além disso, o governo federal vai contribuir para a viabilização econômica das Arenas da Copa nos estados, estimulando a promoção de eventos e gerando, no curto prazo, milhares de empregos.
Esporte como transformador social
Além do apoio irrestrito aos atletas de alto rendimento, o Plano de Governo quer retomar os investimentos na infraestrutura de equipamentos esportivos, sobretudo reforma e requalificação de quadras nas escolas. O foco será nos equipamentos voltados às juventudes e na acessibilidade para pessoas idosas e com deficiência. “Serão promovidos o esporte escolar e a integração da política de esporte com as demais políticas públicas, o que inclui o apoio aos municípios na criação de espaços livres para prática espontânea de esporte pela população”, esclarece o documento.
Com isso, o governo federal investirá em todas as práticas esportivas, tais como vôlei, basquete, natação e esportes radicais, tanto no esporte amador quanto no de alto rendimento.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias