A valorização com ganho real acima da inflação e o novo salário mínimo de R$ 1.320, a partir de 1º de maio, terão papel fundamental na política de inclusão social e de distribuição de renda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual de 2021 (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário mínimo tem impacto na vida de 54 milhões de pessoas, ou seja, 25,4% da população brasileira. Desse total, 22,7 milhões de forma direta e 31,3 milhões, indireta.
“Até o fim do meu mandato o salário mínimo será um grande instrumento de transformação social. Foi graças a isso que milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza e abriram caminho para uma vida melhor”, disse Lula, no último domingo (30/4), em rede nacional de rádio e televisão, quando anunciou uma série de medidas de valorização dos trabalhadores, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 2.640 (dois mínimos).
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A PnadC mostra que o salário mínimo tem forte impacto no mercado de trabalho e na inserção de dinheiro na economia porque a grande maioria da população é remunerada com base em seu valor. Portanto, a retomada da política de valorização acima da inflação beneficia milhões de trabalhadores, formais e informais, aposentados e pensionistas.
Em 2021, segundo a avaliação do Dieese, existiam 71,2 milhões de brasileiros com idade entre 40 a 69 anos beneficiados pelo aumento do salário mínimo. Desse total, 10 milhões de forma direta e 9,5 milhões indiretas, totalizando 27,5% da população nessa faixa etária.
Entre o público de 18 a 29 anos existiam em 2021 40,2 milhões de brasileiros. Desse total, 3,1 milhões foram beneficiados diretamente e 6,8 milhões, indiretamente, totalizando 9,9 milhões de pessoas (24,7%).
Redução de desigualdade
A PnadC mostra também o importante papel do salário mínimo na redução de desigualdade em grupos sociais mais vulneráveis. A análise por sexo aponta que o mínimo impactou 28,5 milhões de mulheres (26,2% da população feminina do país), sendo 12,9 milhões direta e 15,5 milhões, indireta, e 25,6 milhões de homens (24,6% da população masculina brasileira). Dos quais, 9,8 milhões de forma direta e 15,8% indireta.
O recorte por cor de pele mostra que a PnadC registrou que existiam em 2021 no Brasil 119,2 milhões de pessoas negras (pretas e pardas). Desse total, o salário mínimo impactou 34,7 milhões, ou seja, 29,1% da população negra do país.
Da Redação