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Variante da Covid-19 no AM pode ser mais letal e preocupa especialistas

149 pessoas morreram por Covid-19 nesta nesta segunda-feira (1º) no Estado, que ainda registrou aumento de óbitos de pacientes fora dos grupos de risco. Autoridades de saúde temem que crescimento esteja associado à nova variante do vírus, possivelmente mais transmissível e letal. País teve quase 30 mil mortes em janeiro, terceiro maior número da pandemia e mantém média acima de mil mortos diários por 13 dias, com cinco estados batendo recordes. Nesta quarta-feira (3), o Brasil ultrapassou 226,3 mil mortes e mais de 9,2 milhões de infecções pela doença

A possibilidade de que a nova cepa do vírus da Covid-19 descoberta no Amazonas seja mais transmissível e letal preocupa autoridades de saúde à medida que novos dados sobre óbitos no estado revelam um agravamento da crise. Na segunda-feira (1º), foram registrados 149 mortes, subindo a média móvel quinzenal em 62 %.  Também houve um aumento considerável de vítimas fatais fora dos grupos de risco. O Amazonas reflete um quadro mais agudo de gravidade sanitária onde um efeito dominó de colapso da rede hospitalar ameaça outras regiões. O mês de janeiro pode ter sido apenas a ponta do iceberg, quando quase 30 mil mortes foram registradas em apenas um mês: 29,5 mil vítimas fatais.

Além disso, o país chegou ao 12º dia com mais de mil óbitos diários e cinco estados registraram recordes de mortes. Nesta quarta-feira (2), o Brasil ultrapassou 226,3 mil mortes e mais de 9,2 milhões de infecções pela doença.

Alguns pacientes transferidos para outros estados não resistiram. Dos 18 removidos para Uberaba (MG), por exemplo, quatro morreram. Especialistas especulam sobre como uma variante possivelmente mais transmissível e letal pode acelerar ainda mais a propagação da pandemia no resto do país, principalmente com a transferência de pacientes de Manaus para outros estados. 

Para o epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, a variante P.1. pode ter um papel no aumento de óbitos fora da zona de risco, como comorbidades. “Já estamos quase certos de que ela é mais transmissível, mas ainda precisamos de mais análises genômicas e epidemiológicas para saber se ela é mais letal”.

Lockdown

Na Europa, o fechamento de fronteiras e a proibição de voos provenientes de países com variantes do vírus, como Brasil e Reino Unido, aliados a um rigoroso ‘lockdown’, fez diminuir o registro de novos casos na maior parte da Europa, com exceção na Espanha e na França. Mas a situação está longe de um controle. Segundo a ‘BBC, Reino Unido e Espanha registraram os números mais altos, com Rússia e França não muito atrás.

As restrições de bloqueio foram reforçadas em muitos dos países mais afetados. Na semana passada, Portugal estendeu o ‘lockdown’ nacional até pelo menos meados de fevereiro, além de proibir voos do Brasil em função da nova cepa brasileira do vírus. O país bateu o recorde de 303 mortes e agora detém a maior média per capita de novos casos e mortes por semana do mundo.

De acordo com o primeiro-ministro Antonio Costa, o país amarga os números trágicos em parte porque o governo relaxou as restrições sociais durante o Natal, expondo a população à variante do vírus detectada primeiramente na Grã Bretanha. 

“Certamente houve erros: muitas vezes a forma como transmiti a mensagem para os portugueses … e, quando o destinatário da mensagem não a compreendeu, a culpa é do mensageiro”, reconheceu Costa, no final de semana.

Situação semelhante à registrada em Manaus e Pará ocorre em alguns hospitais, como em Cascais, onde a iminente falta de oxigênio aterroriza profissionais de saúde.

Da Redação, com informações de ‘UOL’, ‘G1’ e ‘Reuters’