“A gente tem que pisar no barro em que as pessoas estão pisando, sentir o cheiro que as pessoas estão sentindo, ver as lágrimas que as pessoas estão colocando para fora para perceber que não pode ter limite de solidariedade numa situação como essa.” Foi assim que Lula explicou a decisão de visitar áreas afetadas por fortes chuvas em Alagoas e Pernambuco mais de 11 anos atrás, quando ele era presidente (veja vídeo abaixo).
Naquele dia, 24 de junho de 2010, Lula visitou algumas das cidades que haviam sido atingidas pela água, que destruíra casas e desabrigara milhares de famílias, como Rio Largo (AL) e Palmares (PE). Após ver de perto a situação dos moradores, o presidente decidiu adiar a viagem que faria para uma reunião do G-20 alguns dias depois. Ficou no Brasil para garantir que as providências necessárias para socorrer a população fossem tomadas.
Relembrar gestos como esse, realizados há mais de uma década, tornou-se importante no Brasil de hoje, que sofre com o descaso de um presidente desumano e incapaz de governar. Nos últimos dias, o país assistiu atônito à insensibilidade de Jair Bolsonaro, que ignorou o sofrimento de milhares de famílias baianas atingidas pelas chuvas para se divertir em pescarias e passeios de jet ski no litoral de Santa Catarina.
Além de dar declarações absurdas como a de que esperava “não ter que retornar antes” de suas férias, Bolsonaro ainda tomou decisões inexplicáveis, como a de recusar ajuda humanitária oferecida pela Argentina, em uma clara politização do episódio, uma vez que a Bahia é governada por Rui Costa, do PT, e a Argentina, presidida pelo progressista Alberto Fernández.
A forma como Lula e Bolsonaro se comportaram diante de tragédias semelhantes ocorridas em seus governos deixa claro que o atual ocupante do Palácio do Planalto nunca será capaz de se comportar como um presidente da República. Já Lula sempre se mostrou à altura do cargo, presidente de todos os brasileiros. Basta lembrar que, em 2010, Pernambuco era governado por Eduardo Campos, do PSB, e Alagoas, por Teotônio Vilela, do PSDB. Mesmo assim, os estados foram visitados e receberam ajuda imediata de Lula.
De forma parecida, em 2009, quando o Piauí foi atingido por tragédia semelhante, o ex-metalúrgico garantiu ajuda a todos os prefeitos, independentemente de que partido fossem. “O que eu posso dizer para os prefeitos é que não é por causa de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões, R$ 15 milhões que a gente não vai ajudar esse povo a minorar o sofrimento deles”, disse Lula na ocasião.
Da Redação