O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o vereador Felipe Corá exclua das redes um vídeo, postado no dia 27 de julho, em que ele enfatiza que a vereadora de Americana (SP), Professora Juliana, lave sua boca com ácido sulfúrico antes de falar do presidente Jair Bolsonaro.
A vereadora Professora Juliana entrou com o pedido na Justiça na terça-feira, 3 de agosto, para que as agressões fossem removidas e o pedido foi concedido.
Vereador em Santa Bárbara do Oeste (SP), Corá além de disseminar mentiras através de frases feitas, sem qualquer respaldo científico, validando as falas negacionistas do governo Bolsonaro, fez ainda uma ameaça de violência física, incentivando a violência contra mulheres e o feminicídio.
“O uso de ácido sulfúrico atinge nossa saúde, gera traumas físicos e psicológicos e pode nos matar, e revela o desejo do agressor de desfigurar nossos corpos. É inaceitável que um vereador utilize seu posto para fazer afirmações levianas sobre meus posicionamentos políticos e naturalizar a violência contra as mulheres. Trata-se de discurso de ódio”, destaca a vereadora petista.
Confira a nota da vereadora Juliana na íntegra.
Professora Juliana também solicitou a abertura de um processo administrativo contra um servidor comissionado da Câmara de Americana que reproduziu o vídeo de Corá em um programa de TV onde é comentarista, entre risos, pediu respeito às afirmações feitas pelo vereador no vídeo.
“O apresentador ironizou e minimizou a sugestão do vereador de eu lavasse a boca com ácido sulfúrico e disse estar na expectativa para ver minha resposta na sessão ordinária da Câmara de Americana “para se divertir”. Vamos solicitar retratação”, avisa Juliana.
A secretária Estadual de Mulheres do PT de São Paulo, Debora Pereira, destaca que a tentativa de silenciamento por meio da intimidação tem sido uma prática recorrente para atacar as mulheres no exercício do mandato.
“A Professora Juliana é uma parlamentar séria, atuante e porta voz da ciência em seu município. Essa decisão é importante para demonstrar que não haverá conivência com a violência política de gênero. Temos 45 vereadoras em São Paulo e não estou exagerando quando digo que todas já foram vítimas deste tipo de violência apenas nesse início de legislatura. A violência política de gênero é uma pandemia que precisa ser combatida de maneira intransigente”, enfatiza a Secretária.