A Comissão de Reforma Política volta a se reunir para um novo debate no dia 26 de outubro. “Estamos no momento de definição. Os partidos terão que se debruçar de maneira decisiva reunindo suas bancadas”, disse o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP).
De acordo com Berzoini, se aprovado financiamento público das campanhas eleitorais, cada partido receberá uma quantidade módica de recursos. Isso evitará as campanhas privadas milionárias e garantirá direitos iguais a todos que concorrem à presidência da República e para cada um dos cargos executivos e legislativos.
Uma corrida pelo ouro, é assim que o relator do projeto da Reforma Política, Henrique Fontana (PT-RS), enxerga o atual sistema político. Um sistema onde quem mais arrecada tem mais chances. Se a reforma for aprovada “qualquer financiamento fora de recurso público significará, além da cassação de mandato, multa, pode inclusive levar este candidato, ou quem doou, a responder por crime eleitoral”, afirma Henrique Fontana.
“A essência do meu relatório é mudar o financiamento da política brasileira. O financiamento privado de campanha está gerando uma democracia caríssima. Aumentou 5 vezes o custo de campanha nos últimos 8 anos e criou um tipo de eleição onde o poder econômico tem uma influência muito grande”, Fontana. Ele acrescenta ainda que há um jogo de poder por trás dos interesses de quem defende o financiamento privado “com isso, eles (os financiadores das campanhas) tem maior influência dentro do Congresso, e nas decisões”, diz.
Berzoini rebate também o argumento de que a reforma política seja uma demanda exclusiva do Partido dos Trabalhadores: “O relator, mesmo sendo do PT, procurou produzir uma média de opiniões a partir do seu juízo. Houve pessoas dentro do PT criticando o relatório, mas nos respeitamos e reconhecemos o esforço. Ele produziu o relatório através de uma visão de comissão, e não apenas partidária”, disse Berzoini.
O deputado João Paulo Lima acredita que uma reforma fundamental no país ainda está distante, e afirma que Henrique Fontana foi coerente em aguardar uma próxima reunião para debater a reforma política: “Teria que ter o mínimo de entendimento para aprovação, há bastante divergência e por isso ele prorrogou o prazo por cinco sessões”.
Da mesma forma o deputado petista Domingos Dutra não acredita que o financiamento vai diminuir totalmente a corrupção “existem uma série de outros fatores que levam uma pessoa à desonestidade. Mas deveríamos experimentar. Se diminuir (a corrupção), batemos palmas”.
“Eu sinto que vamos vencer essa batalha”, conclui o relator Henrique Fontana.
(Gustavo Serrate e Sandro Santos – Portal do PT)
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