A concretização do golpe parlamentar no Brasil, com a decisão do Senado de afastar definitivamente a presidenta eleita Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31) repercutiu nas redes sociais de parlamentares de esquerda.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que hoje foi a morte da democracia e que é preciso ressuscitá-la. Ao lado da presidenta Dilma no Palácio da Alvorada, a senadora garantiu que vai haver resistência ao golpe.
Outra senadora petista, Regina Sousa (PT-PI), concorda com Gleisi. Essa foi apenas mais uma etapa na luta em defesa da democracia.
Os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) acompanharam desde cedo os manifestantes em defesa da democracia que foram ao Palácio da Alvorada demonstrar apoio a Dilma.
“Votada por 54 milhões; destituída por 61 votos”. Assim resumiu o senador Humberto Costa (PT-PE). “Nós, as próximas gerações e o Brasil pagaremos muito caro por essa diminuição da nossa democracia”, escreveu.
Para Jandira Feghali, deputada estadual pelo PCdoB do Rio de Janeiro, a luta está apenas começando.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) escolheu um trecho do discurso de Dilma para manifestar seu apoio à presidenta.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) fez um post dizendo que o golpista Michel Temer tomou posse da cadeira a qual usurpou.
O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) fez diversos posts de apoio ao longo do dia. Em um deles, reproduziu o poema do poeta russo Vladimir Maiakovski, citado por Dilma Rousseff ao fim do seu discurso. Em outro, reforça sua disponibilidade para a luta, e chama para um ato da Frente Brasil Popular contra o governo golpista de Michel Temer.
A Frente Brasil Popular divulgou manifestações em diversas cidades do País ainda nesta quarta-feira (31), mostrando que os movimentos sociais não vão aceitar passíveis o golpe nem os retrocessos do governo golpista de Temer.
Para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a provação do impeachment de Dilma foi a morte da democracia no Brasil.
Impeachment tabajara
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa classificou, em sua conta no Twitter, o processo de destituição como um “impeachment tabajara”, e afirmou: “Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, Michel Temer”. “O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se”, prosseguiu. Em seguida passou a postar mensagens, algumas em inglês, outras em francês. “É tão constrangedor! De repente as forças políticas altamente conservadoras tomaram o Brasil. Tomaram tudo”. “Eles dominam o Congresso. Eles cercam o novo presidente, um político para ser comparado aos velhos “caudilhos” da América Latina”, postou, em inglês.
E aproveitou para criticar também a imprensa brasileira: “Eles estão conduzindo os meios de comunicação, incluindo canais de TV. E quer saber? Eles não têm votos! Basta esperar um par de anos!”. E conclui, em francês: “Michel Temer pensa que um toque de varinha jurídica lhe dará legitimidade. Coitado!”
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias