O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu, nesta quarta-feira (03), na CPI que apura as responsabilidades pela tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), que “todas as empresas mineradoras façam o seguro obrigatório para evitar consequências como as que ocorreram nas tragédias de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais”.
Durante a CPI, os engenheiros Andre Jum Yassuda e Makoto Namba que trabalham na Tüv Süd, empresa contratada pela Vale do Rio Doce para inspecionar a barragem de Brumadinho, que rompeu em 25 de janeiro, ficaram em silêncio beneficiados por decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.
Andre Jum Yassuda, consultor em geotecnia e Makoto Namba, coordenador de projetos – ambos assinaram o laudo de estabilidade da barragem. Os dois chegaram a ser presos, mas foram liberados por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Respeito a decisão da justiça”, disse o senador, ao deixar claro que os trabalhos da CPI vão no caminho propositivo. “Gosto de produzir. Entendo que o relatório final não será um libelo acusatório. O que nos interessa é a medida preventiva, obrigar as mineradoras a fazer seguro obrigatório”, afirmou o senador.
Já o relator da CPI, senador Carlos Viana (PSD-MG) alertou para o fato de que as empresas que são auditadas são as mesmas que pagam as auditorias. “Isso não é possível. A Agência Nacional de Mineração é que deveria indicar uma empresa independente para fazer essas auditorias”, destacou. Ele questionou ainda sobre a pressão sofrida pelo auditor Makoto Namba pela Vale do Rio Doce para dar o laudo técnico de segurança da barragem. Foi quando a senadora Selma Arruda (PSL-MT) pediu quebra dos sigilos bancário e telefônico do auditor.
A CPI também ouviu depoimento da engenheira Ana Lúcia Moreira Yoda, que trabalhava na Tractebel e fez inspeções de segurança na barragem. “Não havia nenhum indício de instabilidade”, disse ela. Ao relator Carlos Viana que a questionou sobre os motivos da troca da empresa Tractebel pela TUV SUD, quando a declaração de inspeção passou a ser assinada pelo auditor Namba, Ana Lúcia respondeu que “a troca foi por divergência de critérios e por entender que a TUV teria mais conhecimento para a tarefa”, explicou. Ela disse que “nada indicava perigo eminente. E os pesômetros estavam dentro das leituras históricas” enfatizou a engenheira Ana Lúcia.