Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (15), o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) classificou de golpe a tentativa de afastar do cargo a presidenta, Dilma Rousseff, e fez um chamado para os defensores da democracia irem às ruas no próximo domingo (17), dia da votação.
“Aqueles que pensaram em ter uma vitória arrasadora estão ficando preocupados”, afirmou Zarattini. “Vamos ser vitoriosos no domingo, vamos evitar que o golpe se consume. Contamos com o apoio dos deptuados desta Casa, porque o povo brasileiro não pode ser sacrificado. Vamos colocar muito mais gente na rua no domingo.”
O deputado dividiu a tribuna da Câmara com a deputada Maria do Rosário (PCdoB-RJ), que avaliou que está crescendo a “memória dos democratas” do país e não o apoio “a um presidente nefasto e golpista, autoritário como o presidente Eduardo Cunha”. “Aqueles que estão neste plenário estão do lado do povo brasileiro e não do lado dos que querem praticar uma injustiça. Não há contra a presidenta Dilma a acusação de crime, porque ela não praticou nenhum crime”, afirmou.
Rosário e Zarattini lembraram que os que são a favor do impeachment tentam chegar ao poder sem passar por eleições. “O voto que Dilma tem, Michel Temer não tem. Sem o voto popular, é uma casta que busca o poder sem o povo”, disse Rosário, que citou a fala do secretário-feral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, de que Dilma é “uma mulher digna”.
Para Zarattini, o debate na Câmara foi importante para deixar claro que as acusações contra Dilma não têm substância e não revelam crime de responsabilidade. “É um processo de golpe, que visa desrespeitar a Constituição”, afirmou. “O que se faz neste plenário é uma eleição indireta, onde o vice-presidente tentar conquistar votos indiretamente. Passando por cima do voto de 54 milhões de pessoas.”
O deputado apontou que o objetivo dos que promovem a tentativa de golpe é conseguir modificar os direitos conquistados pelos trabalhadores. Ele citou a lei da terceirização e o regime de partilha para “entregar o pré-sal para as multinacionais”, sem que haja discussão com a população. Zarattini avalia que serão os movimentos das ruas que irão impedir o processo de atentado à Constituição.
“Não são só personalidades da cultura, de juristas, de intelecutais. É a população, são os movimentos sociais, os sem-terra, os sem-teto, o movimento sindical e até mesmo torcidadas organizadas de futebol. A juventude brasileira está se levantando”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias