A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) convocaram mais um dia de luta nesta quinta-feira (30) contra os cortes na educação. Segundo dados da UNE, manifestações já estão confirmadas em 24 capitais e 69 municípios no interior e no litoral do país, também foram convocados atos fora do país.
Estudantes de todo o país vão às ruas mais uma vez para a segunda mobilização contra os cortes na educação do governo Bolsonaro. A paralisação repete os protestos que aconteceram no dia 15 de maio com atos em universidades, institutos federais e escolas. As ações também reúnem forças para a greve geral do dia 14 de junho contra a proposta de reforma da Previdência.
Relembre os principais ataques de Bolsonaro contra a educação
1. Bolsonaro ataca cursos de ciências humanas
Em abril, Bolsonaro atacou os cursos de ciência humanas em especial os de Filosofia e Sociologia por meio de declarações em seu Twitter. Segundo ele, o governo deveria investir em cursos “que gerem retorno imediato ao contribuinte”, sugerindo que a área de ciências humanas seria inútil ao país. Tais declarações geraram revolta de estudantes e professores e já demonstravam que o desgoverno estava disposto a agir contra o investimento em educação superior.
2. Corte de 30% do orçamento de universidades federais
Pouco tempo depois, o ministro da educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, anunciou corte de 30% nas verbas das universidades federais do país. Os cortes aconteceram sem aviso prévio e, muito menos, diálogo com as universidades. Estudantes, professores e funcionários foram pegos de surpresa.
Bolsonaro tirou do ensino superior verba que impacta no funcionamento das universidades e despesas como contas de água, luz e contratos de prestação de serviços foram atingidos diretamente; diversas unidades não sabem como continuarão suas atividades caso os cortes sejam inteiramente mantidos.
3. Governo Bolsonaro estende corte orçamentário para toda a pasta de educação
Contrariando sua própria promessa de governo de investir na educação básica do país, Bolsonaro anuncia cortes também em programas do ensino infantil ao ensino médio. Os bloqueios orçamentários do governo Bolsonaro não pouparam nenhuma etapa da educação. Os recursos bloqueados se estenderam também ao ensino técnico e ensino a distância prejudicando milhares de estudantes.
4. Bolsas da Capes são bloqueadas
Continuando seu ataque à educação, o governo Bolsonaro boqueou bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A notícia de mais esse corte pegou estudantes e professores de surpresa.
A Capes é mais uma das instituições atingidas pelo contingenciamento promovido pela gestão Bolsonaro. Os cortes prejudicam milhares de estudantes brasileiros que não sabem se vão conseguir continuar seus estudos e pesquisas sem o auxílio das bolsas.
5. MEC prioriza universidades privadas
Ao mesmo tempo em que o governo Bolsonaro faz cortes exorbitantes na educação pública, o MEC acelerou o credenciamento de novas universidades privadas neste ano. O Ministério da Educação de Bolsonaro está escolhendo favorecer o crescimento do ensino privado. O MEC enviou 120 processos de credenciamento de novas Instituições de Ensino Superior (IES) ao conselho. O número é 70% maior em comparação ao mesmo período de janeiro a abril de 2018 e 2017.
6. Bolsonaro chama estudantes de “idiotas úteis”
No dia 15 de maio, enquanto ocorriam as manifestações pela defesa da educação no Brasil, Jair Bolsonaro estava nos Estados Unidos e chamou estudantes de “idiotas úteis” e “massa de manobra”. Em entrevista, Bolsonaro afirmou que quem estava nas ruas não sabia nem a fórmula da água e que só serviam de instrumento político para “uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”. Tal comportamento reforçou a noção de que Bolsonaro persegue as universidades por questões puramente ideológicas, não respeitando opiniões divergentes da sua.
7. AGU pede autorização para presença de policiais nas universidades
Nesta terça-feira (28), a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para permitir a presença de policiais nas universidades. A iniciativa tem o objetivo de coibir suposto “viés ideológico” de alunos e professores em espaços públicos. Mais uma medida do governo Bolsonaro que visa limitar a liberdade de expressão dos universitários do país.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo e G1