Bolsonaro contra a Educação: MEC persegue universidades e corta verba

Em clara perseguição ideológica, ministro cortou 30% no orçamento de Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília e Universidade Federal Fluminense

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Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Após o polêmico ataque do governo de Jair Bolsonaro (PSL) aos cursos de ciências humanas, principalmente Filosofia e Sociologia, o governo de extrema direita indicou mais um corte de investimentos na área de Educação. Nesta terça-feira (30), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou corte de 30% nas verbas de três universidades federais: Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o ministro deu uma justificativa sem cabimento: “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”.

“A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”, respondeu ao jornal sobre os cortes às três instituições. Weintraub não citou quais seriam os eventos. Curiosamente, é possível fazer uma relação entre esses eventos e as universidades que estão recebendo a ‘punição’ como o “ato contra o fascismo” realizado na UFF em 2018 e os debates na UnB com a presença de Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), por exemplo.

A justificativa do ministro também foi a queda da qualidade das universidades em rankings. Porém, Weintraub novamente não citou quais seriam esses rankings e a informação não se verifica, pois as colocações das três citadas estão melhorando. Inclusive em âmbito internacional.

Cortes em Educação

No mês passado, após bloqueio de verbas destinadas às instituições federais, cerca de R$ 230 milhões contingenciados , o MEC afirma ser forçado a definir cortes. De acordo com apuração do Estadão, o órgão teria que reduzir gastos em cerca de R$5,8 bilhões.  No entanto, o valor que as três instituições com 30% das dotações orçamentárias bloqueadas recebiam juntas era cerca de R$ 165 milhões, valor bem distante do contingenciamento determinado pela equipe econômica e que pode indicar que mais cortes na Educação virão no futuro.

Fernando Haddad, um dos ministros da Educação mais bem avaliados da história do país, criticou o corte por parte do ministério. “Bolsonaro trocou um ministro da Educação ridículo por outro ridículo e autoritário”, afirmou o ex-candidato do PT à Presidência da República nesta manhã. Haddad ainda relembrou um decreto assinado por Lula em 2010 quando era Presidente e que regula a distribuição de recursos para as universidades federais.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), também se manifestou e afirmou que as universidades punidas estão entre as 20 melhores do país: “É inaceitável que o fascismo operado por um cacareco ideológico na cadeira de ministro promova essa perseguição”, publicou em seu perfil no Twitter.

Já o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que Bolsonaro é inimigo da Educação: “O governo Jair Bolsonaro é inimigo declarado da Educação e do conhecimento. Isso é um traço típico do fascismo: ataca as fontes do conhecimento para que o obscurantismo avance. O deputado Jorge Solla (PT-BA) já anunciou ação judicial e vamos tomar todas as medidas para anular esse ato.”

Outros deputados da Bancada do PT na Câmara criticaram os cortes nas três universidades.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estado de S. Paulo

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