O democratismo interno do PT e o perigo da burocracia se perpetuar. Nunca fui adepto do modelo de escolha direta das direções do PT, o que internamente chamamos de PED. Vejo um processo totalmente dominado por quem tem estrutura (gabinetes, municipal, estadual e federal). Esse processo elimina qualquer possibilidade de construção de relação permanente com os filiados e o programa do partido se resume apenas ao período da disputa.
Como solucionar essa equação sem afastar a enorme base de filiados do partido, cidades iguais à nossa Carapicuíba, que possui mais de 4.000 filiados (as) cuja participação, apesar de ser absolutamente positiva, cuja participação de filiados no PED foi 432 filiados aptos que expressaram o voto livremente, além de 78 companheiros que não puderam votar por conta de problemas com o SACE.
Nossa estrutura precisa ser aprimorada e a voz do filiado precisa de alguma maneira ser levada em conta. A retomada de núcleos é urgente, os núcleos como ferramenta permanente de transmissão das ideias do PT. O partido não tem vocação para se tornar um partido de caciques. Direções municipais precisam de congressos de núcleos de filiados para escolher suas direções – sem deixar as portas abertas para ideias absolutistas de controle hegemônico da estrutura partidária, dominando pela força da burocracia o PT -, revisar praticas partidárias e aprimorar a relação do PT e sua imensa base de filiados para entrar numa nova fase.
Comunicação com filiados e maior alcance
O grande desafio do partido desde o nascimento foi criar ferramentas de comunicação com a base de filiados do PT, como levar informação e formação aos filiados de base a partir das direções do partido.
Hoje, com o advento das redes sociais, é possível levar aos filiados do partido uma quantidade de informações importantes e que fazem o contraponto com a mídia golpista. A cada tempo encontramos maneiras de levar nossas ideias para as massas, mas é preciso aumentar nossa legião de combatentes nas redes sociais e no meio do povo.
O partido precisa difundir seu programa de mudança radical das relações entre capital e trabalho, o partido neste último período quase eliminou do seu cotidiano a luta pelo socialismo e quase transformou em proscritos quem ousava gritar que só a luta muda vida, somente o socialismo é capaz de resolver as contradições existentes entre capital e trabalho.
Acreditamos no ouro de tolos do capitalismo domesticado. O republicanismo como forma de estabelecer a base de convivência não deu certo. Eles, os republicanos, deram o golpe e não se envergonham do feito. O constrangimento é nosso que trouxemos eles para dentro de nosso ninho; mas enfim é preciso estabelecer uma nova fase na comunicação partidária, seja ela por meio das redes sociais ou mesmo por nossos encontros, fortalecer a comunicação com nossos filiados e difundir nosso programa de mudança radical da sociedade. Abaixo o capitalismo, e viva o socialismo!!!
Por Adamião Próspero, secretário de Comunicação e Finanças do PT de Carapicuiba, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.