Ao menos sete versões desencontradas sobre os mesmos fatos são o que embasam as denúncias irregulares da Procuradoria-Geral da República contra a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.
O claro absurdo jurídico, utilizado como ferramenta de perseguição política, é o resultado de uma denúncia baseada nas delações premiadas falsas de três réus que transacionaram com agentes do Ministério Público Federal em busca de benefícios penais e financeiros, sem apresentar nenhuma prova do que diziam.
As alegações finais das defesas apresentadas ao Supremo Tribunal Federal expõem a farsa jurídica das denúncias e o exercício de ficção das narrativas criadas pelas delações, que, sem apresentar provas, conseguiram criar nada menos do que sete versões distintas para crimes que não foram cometidos.
As denúncias irregulares da Procuradoria-Geral da República não oferecem provas para acusar o ex-ministro de ter pedido dinheiro para a campanha da senadora. Tudo o que oferece de embasamento são delações que, cada uma a seu turno, oferecem versões diferentes de quem teria feito o quê.
A única prova, uma agenda mantida por Paulo Roberto Costa, já foi descartada como prova pela 2ª Turma do Supremo em outro caso da Lava Jato pois, segundo o ministro Dias Toffoli, “a agenda é uma anotação unilateral que não tem o condão de corroborar o depoimento do colaborador”.
O conflito entre os depoimentos deixa claro que nenhum dos delatores ouvidos de fato teve contato com os acusados, alega a defesa do ex-ministro.
Em seu depoimento à Justiça, transcrito nas alegações finais, a senadora Gleisi Hoffmann mostrou sua indignação com as falsas denúncias e com o julgamento midiático a que foi submetida por causa de uma denúncia sem fundamento e sem provas.
“A gente fica indignado porque a gente tem que ficar respondendo a uma coisa que é mentirosa. Me desculpa, é mentirosa”, afirmou. “O que eu fiz pro Paulo Roberto Costa? O que eu fiz pros fornecedores da Petrobrás? Onde eu dei vantagem? Mesmo depois, como ministra chefe da Casa Civil. Onde eu dei vantagem? Nenhuma, nem como senadora. Peguem todas as minhas votações que eu tive no Senado, meus projetos de lei, meus posicionamentos e vocês vão ver que não tem uma votação ali que possa ter beneficiado. Muito pelo contrário. Então eu só tenho que ficar extremamente indignada.”
A senadora e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores espera da Justiça um tratamento dentro dos processos legais. “Se vocês provarem que eu pratiquei corrupção passiva e que eu lavei dinheiro, eu vou responder pelos crimes. Mas eu não fiz. E, portanto, tem que ter prova nesse processo. Porque, se não, não dá pra condenar.”
Leia na íntegra à nota da Defesa da senadora Gleisi Hoffmann
Da Redação da Agência PT de Notícias