Em meio à crise de desabastecimento de combustíveis, provocada pela paralisação dos caminhoneiros que já afeta praticamente todos os setores da economia, o deputado Adelmo Leão (PT-MG) defendeu nesta quinta-feira (24) a demissão imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente e a mudança da política pró-mercado implementado por ele na estatal. Segundo o deputado mineiro, a solução para o impasse está na mudança da lógica do funcionamento da empresa.
“Precisamos no País de ações completas, que sejam duradouras. É preciso dar um sentido à Petrobras ao dizer que ela é estratégica para o Brasil, por causa da nossa soberania e para promover o nosso desenvolvimento. Ela não pode se comportar como uma empresa servindo a interesses privados e onerando o restante do Brasil. Não podemos submeter o valor dos combustíveis às oscilações do preço do barril do petróleo no mercado internacional. A Petrobras não pode se submeter a esse jogo do mercado”, afirmou Adelmo Leão.
Desde que Pedro Parente assumiu a Presidência da Petrobras, a estatal passou a tratar os combustíveis derivados de petróleo apenas como simples ‘commodities’ (que são basicamente matérias-primas, sem valor agregado), sem levar em consideração a importância estratégica desse insumo para o desenvolvimento do País e o bem-estar social da população. Dessa forma, nos últimos meses, os preços dos combustíveis aumentaram de forma recorrente porque a Petrobras decidiu como política repassar as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional para o consumidor.
Para Adelmo Leão, essa diretriz se mostrou fracassada e precisa ser extirpada juntamente com o seu maior defensor, o atual presidente da Petrobras. “Ele (Pedro Parente) tem que cair fora. Ele é o ‘Rei Midas’ às avessas: onde coloca a mão estraga, a empresa quebra e causa prejuízo. É isso que ele faz com a Petrobras. Por isso, o PT defende a saída de Parente da Presidência da estatal”, afirmou o petista. Segundo a mitologia grega, o ‘Rei Midas’ tinha o poder de transformar em ouro tudo aquilo em que tocasse.
Retrocessos
Entre outros pontos, Pedro Parente é acusado de adotar uma política contrária aos interesses do País ao vender ativos estratégicos a ‘preço de banana’ como refinarias, terminais, oleodutos e até poços de petróleo, além de aniquilar com a política de aquisição de equipamento fabricados com “conteúdo local”. Durante os governos do PT (Lula e Dilma), essa diretriz foi responsável pelo surgimento de estaleiros, do desenvolvimento de tecnologia nacional e pela geração de milhares de empregos.
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