O governo golpista e usurpador chefiado por Michel Temer faz cada vez mais água. Não há um dia sequer que não surja algum tipo de denúncia ou escândalo contra algum membro desse desgoverno que, com sua pauta regressiva, infelicita a nação. Mesmo contando com a complacência interesseira da mídia monopolizada e seus deformadores de opinião, nem assim o desgoverno de plantão consegue granjear apoio popular.
Exercendo a prática do chamado rolo compressor pela maioria fisiológica e clientelista no Congresso Nacional, os golpistas assistem o repúdio às propostas de arrocho nas camadas populares crescer nas ruas e praças país afora.
O desmonte das políticas sociais, a entrega do patrimônio público, principalmente do pré-sal, a grave crise na segurança e o aumento avassalador do desemprego demonstram, cabalmente, que o futuro do Brasil passa pela convocação ainda em 2017 das eleições diretas para presidente. Só um governo legitimado pela vontade da maioria da população será capaz de recolocar o país no rumo do crescimento, como disse, recentemente, o ex-presidente Lula.
Ao PT, principal instrumento de luta e organização dos setores populares e principal bastião das forças oposicionistas, não cabe outro papel que não seja o de organizar e impulsionar o sentimento renovador e mudancista que vêm ganhando corações e mentes nas periferias das grandes cidades. Abdicar desse papel será para o partido e para todos aqueles que defendem um Brasil mais justo e igualitário uma verdadeira traição.
Neste sentido, trabalhamos diuturnamente para amplificar os canais de comunicação entre o PT e sua militância, com os movimentos sociais e as demais personalidades do mundo da cultura e do mundo da política, para que se possa romper a barreira do pensamento único e seu jornalismo de guerra que a grande mídia monopolizada quer impingir ao país.
Não tem sido fácil. Afinal, em um país de tradição autoritária onde o patrimonialismo e o individualismo têm dado a tônica, “remar contra a maré” passa ser uma tarefa hercúlea.
Não fosse o advento das mídias sociais e o engajamento que elas produzem, as forças democráticas e progressistas já teriam sucumbido a essa campanha sórdida de cerco e aniquilamento promovida pela grande mídia em parceria com elementos do aparelho de estado contra a esquerda em geral e o Partido dos Trabalhadores em particular.
Ampliar os nossos canais de comunicação com ênfase na interação entre esses novos comunicadores sociais será a tarefa primordial a ser assumida pela nova direção eleita no 6º Congresso Nacional do partido a ser realizado em junho próximo.
As novas mídias combinadas com um melhor aproveitamento do chamado “palanque eletrônico” (inserções de rádio e TV) serão as formas de restaurar a imagem pública partidária, que sofreu um baque profundo nos últimos períodos.
É lógico reafirmar que a presença nas ruas é insubstituível. Não podemos trocar o “ronco” das ruas pelo som das teclas. Temos sim que combinar a luta nas ruas e nas redes.
Tenho a convicção, já externada em outras ocasiões, que quem tem a militância e os simpatizantes que o Partido dos Trabalhadores tem enfrenta qualquer parada, desde que a política esteja no rumo certo.
Alberto Cantalice é vice-presidente e secretário de Comunicação do PT, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.