Bastaram três dias da posse interina do presidente golpista Michel Temer (PMDB) para se formar uma coleção de personalidades que se declararam preocupadas por terem apoiado o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.
A Revista Fórum fez uma compilação de quem, surpreendentemente, “se mostrou assustado” com a formação do governo de Temer. O jurista Hélio Bicudo, um dos autores do pedido de impeachment, por exemplo, postou um vídeo em seu Facebook em que dizia estar preocupado “com as recentes notícias sobre a formação do novo governo”.
“Devo externar minha preocupação com a mais recentes notícias sobre a formação do novo governo. O povo brasileiro foi às ruas para repudiar a cleptocracia comandada pelo PT. Não foi às ruas para sofrer mais um desapontamento”, afirmou, como se não desse para perceber antes o que Temer faria no papel de presidente.
Pouco tempo depois, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) expressou desapontamento com a formação do governo provisório. “Ficou estranho um ministério sem mulheres, sem representantes de minorias e dos movimentos sociais”, disse o senador. O tuíte gerou uma série de críticas na rede social.
Ficou estranho um ministério sem mulheres, sem representantes de minorias e dos movimentos sociais.
— Cristovam Buarque (@Sen_Cristovam) May 12, 2016
Abrimos uma porta que era necessário abrir, mesmo sem a certeza de onde ela nos deixará ir.
— Cristovam Buarque (@Sen_Cristovam) May 12, 2016
Os senadores Romário (PSB-RJ) e Álvaro Dias (PV-PR) também fizeram manifestações no mesmo sentido– ambos votaram pelo afastamento de Dilma.
O ex-jogador de futebol, via Facebook, postou uma imagem com os dizeres “Temer, devolva a Cultura!” e um texto em que critica a decisão do vice-presidente de extinguir o Ministério da Cultura e fundi-lo à Educação.
“O ato significou um retrocesso”, disse o senador em sua postagem.
Já Álvaro Dias compartilhou duas reportagens críticas em relação às decisões de Temer: uma sobre o “nepotismo” na escolha dos nomes para ocupar os ministérios e outra que trata da presença de investigados da Lava Jato nas pastas.
Até a jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, apoiadora do impeachment, fez críticas ao ministério de Temer.
“Ministério só de homens é retrocesso de décadas”, disse.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Revista Fórum