A Argentina recebeu, no sábado (16), o segundo carregamento de doses da vacina russa Sputnik. Foram entregues mais 300 mil doses do imunizante. A rapidez do governo do presidente Alberto Fernández em iniciar as vacinações, em dezembro, coloca a Argentina como o país que fez mais imunizações contra a Covid-19 na América Latina. Até o momento, mais de 107,5 mil profissionais de saúde já foram vacinados, segundo dados do governo. No Brasil, o Consórcio de governadores do Nordeste luta para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere o uso emergencial da vacina para a aquisição de 50 milhões de doses.
No fim de semana, o governador da Bahia Rui Costa recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a importação do imunizante. Diante da recusa da agência em aceitar a documentação encaminhada pelo laboratório União Química por, no entendimento do órgão, não atender critérios mínimos para aprovação, Costa ingressou com um pedido de liminar para garantir o registro.
”Lamentavelmente a Anvisa persiste na postura inflexível diante da calamidade pública que o Brasil enfrenta, o que a enfraquece e diminui”, afirmou o secretário de Saúde da Bahia Fábio Vilas-Boas, em depoimento à ‘Folha de S. Paulo’. “Esperamos que os tribunais superiores do país possam estar mais conectados com a realidade e dar uma resposta urgente à nossa sociedade”, disse o secretário.
Enquanto isso, Bolívia, Venezuela e Paraguai já articularam a aquisição de doses do imunizante russo. A Venezuela fechou acordo ainda em dezembro para a compra de 10 milhões de doses. O registro oficial para uso emergencial foi concluído na semana passada. O Paraguai também fez o registro no dia 15, segundo o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF).
Já na Bolívia, o Centro de Abastecimento de Saúde (CEASS) fechou um acordo com o RDIF para a compra de 5,2 milhões de doses da Sputnik V. As doses irão garantir a imunização de 2,6 milhões de pessoas. Pelo menos 20% da população da Bolívia terá acesso à vacina, de acordo com os termos do acordo.
Maduro denuncia “guerra geopolítica” por vacinas
O presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas ao que considerou “uma guerra geopolítica por vacinas”, resultando na concentração de imunizastes por países ricos e o desabastecimento na América Latina. “A OMS disse que 95% das vacinas, neste momento, caíram nas mãos de dez países, o que significa que há 190 países no mundo que não tiveram o direito de ter as vacinas”, disse Maduro, nesta segunda-feira (18), pelo canal de televisão Venezolana de Televisión.
O presidente venezuelano defende a criação de um banco de vacinas, por meio da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) para garantir distribuição equitativa de imunizantes e insumos na América Latina. “Estamos fazendo um banco de vacinas da ALBA, me disse a vice-presidente executiva [Delcy Rodríguez], que estava em Cuba em visita oficial”, declarou Maduro. “Ela estava levando uma proposta para criar um banco de vacinas, a fim de atender às necessidades de vacinas de todos os países da ALBA e outros países da América Latina e do Caribe que podemos ajudar”.
Da Redação, com informações de ‘Folha de S. Paulo’, ‘Brasil de Fato’ e ‘Sputnik News’