Passada quase uma década desde que Lula subiu à tribuna da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), realizada em dezembro de 2009 na Dinamarca, o discurso do ex-presidente ainda ecoa como o contraponto perfeito ao desastre ambiental em curso.
Enquanto o desgoverno de Jair Bolsonaro agoniza diante da imensa repercussão promovida pela destruição da Amazônia, a imagem de Lula sendo aclamado durante o principal evento sobre clima do mundo, volta à tona com ainda mais força. Revista nestes tempos de retrocessos, a participação do ex-presidente é também uma aula sobre o conceito de soberania nacional ao dar ao Brasil protagonismo inédito sem deixar de firmar compromissos alinhados às políticas globais de combate ao desmatamento, incentivo à agricultura sustentável e de redução do aquecimento global.
Ao fim daquele encontro em Copenhague, Lula mais uma vez subiu ao panteão das maiores lideranças do mundo ao não se render à subserviência e, de quebra, sair de lá com acordos com nações tão importantes quanto distintas como China, Índia, África de Sul e EUA.
Notem o que disse Lula naquela ocasião:
“O que nós queremos é apenas, conjuntamente, (países) ricos e pobres, estabelecer um ponto comum que nos permita sair daqui, orgulhosamente, dizendo aos quatro cantos do mundo que nós estamos preocupados em preservar o futuro do planeta Terra sem o sacrifício da sua principal espécie, que são homens, mulheres e crianças que vivem neste mundo”.
No caso dos estadunidenses, há uma passagem sintomática que ilustra o tamanho do respeito que Lula exercia no mundo. O brasileiro havia dado um duro recado ao país comandado à época por Barack Obama por não ratificar o Protocolo de Quioto, um dos mais rígidos tratados internacionais para tentar conter a destruição da Natureza. Preocupado com a repercussão negativa, Obama ligou para Lula e pediu que assumisse papel-chave nas negociações climáticas do mundo.
A conversa, que durou cerca de meia hora, rendeu um comunicado oficial da Casa Branca. “O presidente Obama destacou ao presidente Lula a importância de os dois países continuarem trabalhando para conseguir um acordo concreto que signifique um verdadeiro progresso e determinar uma ação global para enfrentar a ameaça da mudança climática”, destacou o documento emitido pelo governo dos EUA.
Brasil já foi símbolo na defesa do Meio Ambiente
A visibilidade dada ao Brasil após o encontro chamou a atenção da imprensa mundial – que já estava boquiaberta com os resultado históricos das políticas ambientais da Era Lula. O legado parece ter impressionado até mesmo a cúpula bolsonarista que, em mais uma tentativa de esconder a verdade, usou dados dos governos petistas para se safar das críticas.
Ao contrário do inepto presidente da República, Lula sempre defendeu a soberania nacional e tratava a defesa do meio ambiente como prioridade. O compromisso firmado pelo PT realmente surpreende: o desmatamento anual na Amazônia foi de 27.772 km², em 2004, para 7.000 km² em 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). Depois, com Dilma Rousseff, o Brasil reduziu o índice para 5.891 km² em 2014. Em dez anos, a queda no desmatamento da floresta foi de 82%.
Bolsonaro deveria ter ouvido cada uma das palavras de Lula durante o COP-15:
“Já não é mais a vontade do presidente Lula (o compromisso em preservar o meio ambiente). Agora, quem quer que governe esse país vai ter que cumprir”, disse o ex-presidente, aplaudido em pé pelas 192 nações que participaram do encontro.
Da Redação da Agência PT de Notícias