Entre milhares de pessoas, faixas e bandeiras, aconteceu neste sábado (13) em Porto Alegre (RS) uma aula pública sobre o o julgamento em segunda instância do caso envolvendo o ex-presidente Lula e o apartamento triplex no Guarujá (SP), pertencente à empreiteira OAS.
Além das questões jurídicas abordadas pelos palestrantes, foram realizadas oficinas de cartazes, montagem de bancas de livros, apresentações musicais e toda a sorte de manifestações voltadas à reflexão sobre a continuidade da democracia brasileira, em que pese todas as ameaças sobre que ela pendem.
Uma das expositoras do ato, a presidenta do PT nacional, Gleisi Hoffmann, enfatizou a importância da mobilização popular. A senadora destacou a necessidade de se preservar a autonomia de manifestações no dia 24 de janeiro, data do julgamento do ex-presidente no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
“Se depender do presidente do TRF-4, não haverá liberdade”, afirmou. “Este Golpe (iniciado com o impeachment de Dilma Rousseff) não vai se concretizar até o final. Junto com as forças populares, vamos garantir a democracia, o direito do povo de votar em quem quiser”, disse Gleisi.
Gleisi afirmou também que a mobilização popular é fundamental para mostrar ao mundo “o absurdo desse processo contra Lula, que começou errado”. Segundo ela, o que descredita o processo conduzido por Sérgio Moro é uma lógica simples: sem base jurídica, sem provas, sem crime.
“É um processo político, então é na política que a gente tem que recorrer”, disse ela, acrescentando que o Judiciário deve ter se arrependido de ter marcado tão cedo a data do julgamento. “Na política nós sabemos brigar.”
Explicando o grau de descabimento contido na fala da chefe de gabinete do presidente do TRF-4, que publicou em suas redes sociais mensagens grosseiras pedindo a exclusão de Lula do processo eleitoral, Gleisi afirmou: “Liberdade de expressão é sagrada. Já a manifestação indevida da servidora pública do presidente do TRF-4 deveria ser repreendida, e não corroborada como fez o presidente do TRF-4, Carlos Thompson. Ela diz esperar que o ex-presidente Lula seja preso, mas se exime de falar sobre provas ou sobre o devido processo legal”, disse Gleisi.
A aula pública desta tarde e Porto Alegre contou também com a pré-candidata à Presidência Manuela D`Ávila (PC do B), que, apesar de manter uma candidatura independente, não espera ver Lula ser impedido de concorrer. Uma petição online em apoio à condenação e à prisão do ex-presidente Luiz circulou pelas internet entre os que não querem permitir que Lula dispute o voto popular. Sobre eles, Manuela afirma: “Não falamos em golpe apenas pelo impeachment da ex-presidente Dilma [Rousseff], mas também porque rasgaram as intenções do povo brasileiro nas eleições de 2014. “
Da Agência PT de Notícias