Mais uma vez, Jair Bolsonaro (PSL) propaga desinformação e dados falsos. No último dia 18, ele citou um suposto estudo do Ministro da Cidadania Osmar Terra para afirmar que “filhos do Bolsa Família” têm “desenvolvimento intelectual menor”. A pesquisa, no entanto, é coordenada por Cesar Victora, epidemiologista da Universidade de Pelotas, com acompanhamento da pasta e os resultados mostram que, há uma defasagem causada pela situação de extrema pobreza, o que justifica a importância do programa.
Em reportagem divulgada pelo jornal O Globo, o pesquisador explicou que o estudo é voltado para o programa Criança Feliz, que atende crianças de zero a três anos de idade que são beneficiárias do Bolsa Família ou se encontram em outras situações de vulnerabilidade.
Um resultado preliminar apontou que, crianças beneficiadas pelo Bolsa Família tiveram rendimento menor em um teste de desenvolvimento infantil quando comparadas a crianças de países desenvolvidos. No entanto, essa diferença é uma consequência da situação de extrema pobreza em que se encontravam essas famílias e, portanto, justificam a importância do programa. Um trecho da nota emitida pelo coordenador da pesquisa e divulgada pelo jornal avalia que:
“O Bolsa Família atinge as famílias mais pobres do país. Pobreza está fortemente associada ao baixo desenvolvimento psicomotor, como mostram inúmeros estudos brasileiros e de outros países. Portanto, já era esperado que as crianças incluídas no Programa Criança Feliz apresentassem um desempenho inferior ao observado entre crianças de países de alta renda. Efetivamente, nosso resultado justifica a implantação de um programa como o Criança Feliz, pois se as crianças já apresentassem desenvolvimento adequado não seria necessário intervir”.
O pesquisador também destaca que não é verdade a afirmação de Bolsonaro de que o rendimento das crianças beneficiárias pelo programa foi equivalente a um terço da média mundial
O Criança Feliz foi criado em 2006, no Governo Lula e cumpre o papel de ampliar a rede de assistência e cuidado integral para durante a primeira infância. Para isso, são integradas ações de saúde, educação, assistência social, cultura e direitos humanos. O foco do atendimento são crianças beneficiadas pelo Bolsa Família e pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou que foram afastadas do convívio de suas famílias por medidas protetivas.
São, portanto, crianças em situação de vulnerabilidade social, não crianças com intelecto menor que não podem ter uma boa educação e ser bons profissionais no futuro, como afirmou Bolsonaro em vídeo.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações de O Globo