As ações da bancada negra na Câmara dos Deputados foram destaques no Jornal PT Brasil, da TvPT, desta segunda-feira, (6). A deputada federal, Reginete Bispo (PT/RS), falou sobre o processo de diálogo e negociação para a criação da Bancada Negra no Congresso Nacional.
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (1) o projeto de autoria da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) e Damião Feliciano (União-PB), que estabelece a criação de uma Bancada Negra. O bloco passa a ser reconhecido pelo regimento da Casa, contando com 122 parlamentares com representação direta no colégio de líderes.
Reginete Bispo ressaltou que o diálogo foi bastante importante, profundo, e que a bancada negra de parlamentares e diversos partidos entendem que a luta antirracista é fundamental para o Brasil. Também que a criação da bancada reflete um acúmulo conquistado nas eleições municipais, especialmente de 2020.
“Nós constituímos uma bancada negra na Câmara de Vereadores (em Porto Alegre) com a eleição de cinco parlamentares negros, né, que foi uma algo assim absolutamente transformador”, afirma a atual deputada federal, citando o exemplo da capital gaúcha.
A parlamentar falou sobre a possibilidade de financiamento público, do fundo eleitoral de campanhas, que financia as campanhas. “Isso vem possibilitando que pessoas negras, especialmente mulheres negras, possam acender esses espaços de poder e decisão.”
Para a deputada, a luta antirracista, deixou de ser uma preocupação única e exclusiva do povo negro, do movimento social negro. “Parcelas significativas da sociedade, da população não negra têm assumido essa luta porque entenderam que a democracia só é possível, só é viável quando houver representação efetiva de negros e negras” – que representamos 60% da população brasileira.
Primeira bancada negra na Câmara
Segundo Reginete, a criação da bancada negra é um fato histórico, porque pela primeira vez a Câmara dos Deputados, em quase 200 anos de República, vai ter uma bancada negra. “Isso é difícil até de mensurar, porque representa que a institucionalidade reconhece a importância de ter uma bancada negra”.
E destaca que “ela (a bancada) é a síntese do resultado da luta política que o movimento social negro e a sociedade brasileira têm feito no sentido de garantir a representatividade de maiorias invisibilizadas, de grupos historicamente excluídos desses espaços de poder e decisão”, ressalta.
Bispo enfatiza que, pela primeira vez na história do Brasil, é reconhecida a importância de ter negros e negras oficialmente decidindo os rumos do país.
“Por que eu digo oficialmente? Obviamente, que nós parlamentares estamos lá, somos parlamentares representando as diversas regiões do país, mas ter uma bancada negra quer dizer que nós vamos ter, enquanto parlamentares negros, vamos ter a possibilidade de sentar no colégio de líderes, definir as pautas, priorizar pautas que tramitam na casa e obviamente que para nós priorizar as pautas que dizem respeito a melhoria de vida da qualidade de vida do povo negro brasileiro e por consequência do conjunto da sociedade brasileira é fundamental.
Assista a íntegra da entrevista com a deputada federal Reginete Bispo:
Da Redação